O "Islã" como identidade nacional para a formação do Paquistão: o pensamento politico de Muhammad Iqbal e Abu'l 'Ala Mawdudi

AUTOR(ES)
FONTE

História

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-06

RESUMO

Em 1930, Muhammad Iqbal (1877-1938) concebeu pela primeira vez a criação de um estado separado para os muçulmanos indianos, para quem, na sua opinião, a força formativa mais importante ao longo da História tinha sido o Islã. Apesar de ter sido elaborado sob ideologias seculares, o movimento pela criação do Paquistão só conseguiu mobilizar as massas apelando ao Islã, pelo que o nacionalismo ficou dependente dele e, como consequência, politizou a fé. Um número de organizações religiosas e comunitárias muçulmanas assinalou a importância de promover o nacionalismo muçulmano bem como a consciência política e os interesses da comunidade. À medida que a criação do Paquistão se foi tornando cada vez mais evidente, Abu'l 'Ala Mawdudi (1903-1979) aumentou seus ataques contra a Liga Muçulmana, opondo-se à ideia de nacionalismo muçulmano, pois isto excluiria o Islã da Índia. O aumento do caráter comunitário do debate político na Índia na época, o apelo feito aos símbolos religiosos na formulação de novas alianças políticas e os programas de diferentes grupos muçulmanos, bem como dos líderes da Liga Muçulmana, criaram um clima no qual o discurso teológico de Mawdudi encontrou eco e importância. Este artigo, usando em particular o pensamento político de Muhammad Iqbal e Abu'l 'Ala Mawdudi, analisa a forma como o Islã foi utilizado para justificar um estado separado para os muçulmanos indianos e os impactos e desafios sobre o processo político e a sua evolução, ao mesmo tempo que conclui que o "Islã", como símbolo político, pode assumir diferentes formas de acordo com as ideias previamente defendidas por aqueles que o praticam.

ASSUNTO(S)

Índia paquistão islã nacionalismo muhammad iqbal mawdudi

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