O INTERACIONISMO: GÊNESE, AFINIDADES ELETIVAS E DESDOBRAMENTOS RECENTES

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O século XX foi marcado pelo desenvolvimento de correntes teóricas que se propuseram a apresentar alternativas aos paradigmas normativos do campo das Ciências Sociais, especialmente críticas em relação aos postulados de Durkheim e Parsons. Nesse quadro, surgiu e ganhou forma o interacionismo cuja principal categoria de análise - a interação - passou a ser considerada como base para que os fatos sociais fossem vistos como realizações práticas frutos de processos de intersubjetividade em oposição à visão determinista do fato social como objeto estável/estático. O debate a que se pretendeu esse trabalho, isso posto, buscou apresentar a teoria interacionista como uma abordagem original para a clássica antinomia indivíduo versus sociedade abordada de forma demasiadamente estática pelas visões conservadoras. Tendo como direção esse objetivo, o trabalho apresenta as raízes filosóficas que influenciaram diretamente os autores interacionistas, com especial atenção à contribuição de Georg Simmel, explicitada ao longo do estudo. A análise dessas visões filosóficas possibilitou a constatação de sua influência, principalmente através de noções como projeto e pertencimento à corrente interacionista, além da nítida ênfase na relevância dos processos intersubjetivos para o entendimento da dinâmica social. Essa densidade filosófica levou à avaliação da multiplicidade de desenvolvimentos interacionistas apresentados pelos autores que foram perfilados como tais e a conclusão do trinômio interação-representação-identidade como a base da teoria em questão. Igualmente relevante é a constatação da aplicabilidade da teoria para abordagens microscópicas, como realizada nas instigantes obras de Erving Goffman, assim como para considerações sobre a relação entre interação e estrutura social, tais como perfiladas por Peter Berger e Thomas Luckmann. Complementam, ainda, esse quadro, os enriquecimentos proporcionados por Herbert Blumer, Anselm Strauss e Howard Becker que descortinaram novas possibilidades para a aplicabilidade da teoria. O trabalho disserta, ainda, baseado nas diversas aplicações da teoria, o leque que o interacionismo abre para a abordagem de temas caros ao século XXI, como a formação da opinião pública, os processos políticos e a subjetivação tendo em vista as características da modernidade, dentre outros. O interacionismo, isso posto, se afirma como um campo crítico caro às Ciências Sociais cuja necessidade de ser revisitado pela academia brasileira é explicitada ao longo desse trabalho, comprovando-se, dessa forma, o interacionismo como alternativa libertária aos estudos conservadores dentro do panorama das Ciências Sociais

ASSUNTO(S)

ciencias sociais interacionismo representação identity interação identidade interactionism interaction representation intersubjectivity intersubjetividade

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