O indio Umutina no discurso do contato : silenciamento e resistencia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

Neste trabalho, analisamos o funcionamento do discurso sobre/do índio Umutina configurado no âmbito do contato (na região de Barra do Bugres MT), buscando compreender os processos de produção dos sentidos no que se refere, por um lado, ao silenciamento do índio enquanto diferente e, por outro, à resistência do índio Umutina que se constitui a partir da afirmação de sua própria identidade. Nessa perspectiva, tomando como enfoque teórico conceitos da análise de discurso de linha francesa e da semântica histórica da enunciação e um corpus formado por materiais discursivos variados: entrevistas com pessoas da aldeia Umutina, trabalhos científicos já realizados, relatórios de viagem de pesquisadores e redações de alunos, procuramos dar visibilidade aos processos discursivos em funcionamento a partir de duas formações discursivas (FDs) antagônicas com suas respectivas posições de sujeito. Abordando o silenciamento, apresentamos os processos discursivos nos quais o índio é considerado parte do espaço geográfico, menos evoluído, negativizado, em processo de mudança, sendo apresentada a imagem e representação indígena a partir da posição-sujeito ocidental (descobridor/colonizador) afetada pela formação discursiva ocidental (FD1). Como um desdobramento do silenciamento, analisamos o processo de incorporação do discurso do não índio pelo índio, demonstrando a interferência desse processo na constituição do sujeito que se apresenta dividido, recortado, ao mesmo tempo se reconhecendo como índio, mas sofrendo interferências do discurso do não índio, afetado pela FD1. Por outro lado, tematizando a resistência, buscamos os mecanismos de constituição da identidade Umutina configurada nesse espaço. E por fim, enfocando o processo de negação, tratamos da delimitação das duas formações discursivas em jogo no discurso Rèsumé: Dans ce travail nous analisons le fonctionnement du discours sur/de I indien Umutina configuré dans Ia sphère du contact ( dans Ia région de Barra do Bugres-MT), em cherchant comprendre les processus de production des sens en se reportant ,d un côté, au taire de I indien comme diférent et, d autre côté, à Ia résistance de I indien Umutina que se constitue à partir de I affirmation de sa propre identité. Dans cette perspective, en prennant comme théorie des concepts de I analise du discours de ligne française et de Ia sémanthique historique de I énontiation et un corpus formé par matériels discoursifs variés: interview avec des personnes de Ia tribu Umutina, travails cientifiques réalisés, rapports de voyage des chercheurs et rédactions des éleves, nous avons cherché donner de Ia visibilité aux processus discoursifs en fonctionnement à partir de deux FDs antagoniques avec ses respectives positions de sujet. En abordant le taire nous présentons les processus discoursifs dont I indien est trouvé comme partie de I espace géografique, moins évolué, devenu négatif, en processus de changement. L image et Ia réprésentation indigene sont présentées à partir de Ia position sujet occidental (lequel que découvre/lequel que colonise) afectée par Ia formation discursive occidentale (FD1). Comme un dédoublement du taire nous avons analisé le processus de I incorporation du discours du non indien par I indien, en reveillant Ia perturbation de ce processus dans Ia constituition du sujet que se présente partagé, découpé, au même temps que se reconn "aitre comme indien mais subit des perturbations du discours du non indien, afecté par Ia FD1. Par aiIIeurs, ayant comme theme Ia résistance, nous avons cherché lês mécanismes de constituition de I identité Umutina configurée dans cet espace. À Ia fin, en focalisant le processus de négation, nous avons traité de Ia délimitation des deux formations discursives en jeux dans le discours

ASSUNTO(S)

silencio indios da america do sul - brasil analise do discurso memoria

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