O homem depravado e a possibilidade do bem na filosofia política de Jean-Jacques Rousseau / The depraved man and the goods possibility in Jean-Jacques Rousseaus politic philosophy

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/08/2012

RESUMO

O presente trabalho procura trazer uma discussão sobre o pensamento de Rousseau acerca da possibilidade do agir bem na sociedade. O filósofo genebrino, para tratar de tal possibilidade, arrazoa prioritariamente sobre a condição primitiva do homem e a degeneração desta com o advento da sociedade. Lançar-nos-emos sobre algumas obras de Jean-Jacques Rousseau para discutirmos o trânsito que vai do homem selvagem, passando por sua corrupção até uma proposta redentivo-política por meio do estabelecimento da república. O Discurso sobre a origem e a fundamentação da desigualdade entre os homens descreve as características primeiras desse homem primitivo e de sua vivência harmônica e pacífica; logo, igualmente, trata do surgimento da propriedade, causa primária da desigualdade e manifestação clara das funestas sequelas do estabelecimento da sociedade. Discutiremos no presente esforço, essa deturpação dimanada da sociedade, mas a possível superação do homem desse momento de celebração da corrupção, para um estado civilmente ordenado por leis e pelas cláusulas de uma convenção que visa o bem comum de todos os cidadãos. O homem, primeiramente selvagem, passa para sua condição civil, e Rousseau propõe a transformação desse homem em cidadão, dentro do ordenamento da república. É na república que o cidadão terá condições de agir bem entre seus pares, obedecendo às leis, as quais fluem de sua própria vontade. A vontade do exercício do bem por parte dos cidadãos da república está firmado no bem comum. Bem que só pode ser ansiado pela obediência à consciência e pela superação do amor-próprio. O trabalho discute outro texto magno de Rousseau, o Contrato Social, bem como outros textos do autor supra, como Emílio, A Nova Heloísa, As Cartas Morais, Carta a Christophe de Beaumont, que nos remeterão a conceitos importantes como virtude, bem, vontade geral, etc.. O homem depravado e a possibilidade do bem serão analisados igualmente por meio do estabelecimento de interlocutores que fomentarão a discussão em torno de tal possibilidade. O homem será pensado à luz da filosofia rousseauniana, que o compreende como tendo uma tendência à moralidade, o que o faz um potencial praticante do bem. Contudo, a problemática que se instaura é a defesa de Rousseau de uma natureza benfazeja no homem, contudo que se corrompe no desenvolvimento histórico, mas é reapropriada na república. Esse homem binário, paradoxal, que é bom, mas que se degenera, poderá obedecer e praticar o bem por azo do ressurgimento da consciência como pensada pelo filósofo de Genebra, o que sedimentará a esperança no pacto proposto no Contrato Social, no que se refere à sua exequibilidade. Há esperança na política porque há esperança no próprio homem.

ASSUNTO(S)

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