O Higienismo e a construÃÃo dos matadouros e mercados pÃblicos / The Hygienism and construction of slaughterhouses and public markets

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo o estudo das teorias e as concepÃÃes higienistas presentes junto ao corpo de mÃdicos e engenheiros, a partir do inÃcio do sÃculo XIX atà meados do sÃculo XX, verificando a repercussÃo das mesmas na construÃÃo de edifÃcios pÃblicos â mercados e matadouros. Pretende-se tambÃm investigar uma perspectiva de anÃlise que foca as concepÃÃes tipolÃgicas-construtivas dos matadouros e mercados pÃblicos destas cidades, sendo estes os objetos de investigaÃÃo da pesquisa, tanto na Europa como no Brasil. A partir da segunda metade do sÃculo XIX, a construÃÃo de matadouros e mercados passaram a ser administrados pelas municipalidades da ProvÃncia Paulista. Estes edifÃcios estavam ligados à produÃÃo alimentÃcia e a circulaÃÃo das mercadorias. Geralmente, os mesmos foram construÃdos em locais afastados do centro urbano na Ãpoca, para assim, atenderem aos princÃpios higienistas. Os surtos epidÃmicos que acometiam as cidades europÃias tambÃm se manifestaram no Brasil com a chegada da cÃlera atravÃs de navios vindos da Europa na dÃcada de 1850 e fez com que o Governo Imperial passasse a obrigar as cÃmaras municipais a adotarem em suas posturas determinaÃÃes sanitÃrias, previstas na legislaÃÃo imperial de 1828, sendo estas fundamentadas na teoria higienista que em grande parte atribuÃa ao âvenenoâ presente no ambiente a causa das diversas epidemias. A partir de entÃo, as polÃticas higienistas que em grande parte possuÃam na teoria miasmÃtica suas bases, passaram a explicar o controle das administraÃÃes pÃblicas na comercializaÃÃo dos gÃneros alimentÃcios nas cidades. As CÃmaras Municipais passam a ser as responsÃveis pela construÃÃo e administraÃÃo dos matadouros e mercados, da qual, a partir daÃ, os mesmos passaram a ser pÃblicos, nÃo mais particulares. Muitos destes edifÃcios construÃdos em cidades do interior paulista jà foram demolidos, como o Matadouro Municipal de Campinas, projetado pelo renomado arquiteto-engenheiro Francisco de Paula Ramos de Azevedo. O Matadouro da Vila Mariana em SÃo Paulo com projeto de Alberto Kuhlmann, inaugurado em 1887, foi preservado e à hoje um centro cultural. Ainda, em SÃo Paulo foi preservado o Mercado Municipal de Santo Amaro, inaugurado em 1897, construÃdo em alvenaria de tijolos, onde este abastecia a capital de madeiras, cereais e outras mercadorias produzidas na regiÃo ou recebidas de cidades prÃximas, como Itapecerica e Embu. Na verdade, parte deste patrimÃnio hoje tombado pelo CONDEPHAAT de SÃo Paulo està vinculada à produÃÃo do escritÃrio do arquiteto-engenheiro Francisco de Paula Ramos de Azevedo. à o caso do Mercado Municipal Paulistano, inaugurado em 1933, construÃdo no estilo neoclÃssico. Outro exemplo à o Mercado Municipal de Campinas, inaugurado em 1908, tambÃm projetado por Ramos de Azevedo, sendo este em estilo neomourisco. O presente trabalho apresenta um conjunto de estudos de caso de matadouros e mercados pÃblicos ainda presentes em algumas cidades do interior paulista, sendo estes de significativo valor histÃrico e ainda desprotegidos pelos ÃrgÃos municipais.

ASSUNTO(S)

histÃria da urbanizaÃÃo evoluÃÃo urbana reformas urbanas mercados pÃblicos matadouros pÃblicos tipologia arquitetÃnica higienismo sanitarismo patrimÃnio arquitetÃnico history of urbanization urban evolution urban reforms public markets public slaughterhouses architectural typology hygienism sanitation architectural heritage arquitetura e urbanismo

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