O Handicap auditivo em pacientes com doença renal crônica: um estudo das diferentes classificações do grau da perda auditiva

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. j. otorhinolaryngol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-10

RESUMO

Resumo Introdução: A associação entre perda auditiva e doença renal crônica e hemodiálise tem sido bem documentada. Porém, a classificação usada para o grau da perda pode subestimar o real diagnóstico devido a características específicas em relação às frequências auditivas mais acometidas. Além disso, correlações da perda auditiva e do tempo de hemodiálise com o handicap auditivo permanecem desconhecidas nessa população. Objetivo: Comparar os resultados das classificações de Lloyd e Kaplan e do Bureau Internacional d'Audiophonologie em pacientes com doença renal crônica e correlacionar as médias calculadas por suas fórmulas com o tempo de hemodiálise e com o handicap auditivo. Método: Estudo analítico, observacional e transversal com 80 pacientes em hemodiálise. Todos os pacientes foram submetidos a timpanometria, logoaudiometria, audiometria tonal limiar e os pacientes com perda auditiva foram entrevistados através do Hearing Handicap Inventory for Adults. A classificação dos casos foi feita de acordo com o grau da perda. Foram verificadas as correlações das médias tonais com o tempo de hemodiálise e com as pontuações totais do Hearing Handicap Inventory for Adults e seus domínios. Resultados: Em 48 pacientes que responderam ao Hearing Handicap Inventory for Adults, 86 orelhas (53,75%) apresentaram perda auditiva em pelo menos uma das médias tonais. A classificação do Bureau Internacional d'Audiophonologie identificou maior número de casos (n = 52) que apresentavam algum grau de deficiência do que a classificação de Lloyd e Kaplan (n = 16). No grupo com tempo de hemodiálise a partir de dois anos, houve correlação fraca, mas estatisticamente significante, da média da classificação do Bureau Internacional d'Audiophonologie com o tempo de hemodiálise (r = 0,363). Houve correlações moderadas das médias da classificação do Bureau Internacional d'Audiophonologie (r = 0,510) e tritonal 2 (r = 0,470) com pontuações totais do Hearing Handicap Inventory for Adults e com seu domínio social. Conclusão: A classificação do Bureau Internacional d'Audiophonologie mostra-se mais adequada do que a de Lloyd e Kaplan nessa população, sua média apresentou correlações com perdas auditivas em pacientes com tempo de hemodiálise ≥ 2 anos e manteve níveis moderados de correlação com a pontuação total do Hearing Handicap Inventory for Adults e seu domínio social (r = 0,557 e r = 0,512).

ASSUNTO(S)

doença renal crônica perda auditiva audiometria

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