O grupo de adolescentes na escola: a percepção dos jovens participantes
AUTOR(ES)
Alisson Araujo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa qualitativa, com abordagem fenomenológica à luz de algumas concepções do filósofo Martin Heidegger. Teve como objetivo compreender a percepção dos adolescentes sobre suas participações em grupos operativos realizados na Escola Estadual Professora Izabel Motta em Diamantina/MG. O estudo foi realizado com adolescentes participantes do grupo operativo que acontecia nessa escola, coordenados por acadêmicos, sob a responsabilidade do docente responsável pela Disciplina Enfermagem na Saúde da Criança e do Adolescente, do Curso de Enfermagem, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Os dados foram colhidos no período de outubro a dezembro de 2006, por meio de uma entrevista aberta individual quando os adolescentes que aceitaram participar do estudo responderam a questão norteadora: Conta pra mim, o que significa para você participar do grupo de adolescente aqui na escola?. Através do critério de repetição das falas, chegou-se a nove entrevistados, sendo seus discursos analisados de acordo com os passos da análise compreensiva, sugerida por Martins e Bicudo (1989), permitindo assim construir treze unidades temáticas que confluíram para três categorias: Aprendendo e ensinando a ser adolescentes com os outros, Um caminho certo rumo a idade adulta e Reconhecendo riscos à saúde na adolescência. Para o jovem participante, o grupo operativo foi importante por ser um espaço para aprender e ensinar questões da adolescência com outros coetâneos e também com outros mais velhos, procurando um bom caminho que leve a uma vida melhor e mais saudável no futuro. A troca de experiências entre os integrantes no grupo possibilitou que eles se percebessem não só como iguais, duvidosos e incapazes mas também como diferentes, sábios e capazes. Essa ambivalência aumenta o senso de pertencimento ao grupo e a necessidade de atentar-se ainda mais para o cuidado com a própria vida. Os adolescentes perceberam que a metodologia participativa utilizada nos grupos facilitou o aprendizado de forma interessante e criativa, permitindo posicionar-se, ouvir e falar do seu intra-mundo juvenil. O desocultamento do fenômeno indica uma revisão indispensável quanto ao sentido das atividades educativas destinadas aos adolescentes. Muito mais que apenas informar, essas atividades precisam ser construídas, elaboradas com a participação efetiva daqueles a quem se destina: os adolescentes.
ASSUNTO(S)
psicologia social decs estudantes decs estrutura de grupo decs grupos de treinamento de sensiblização decs comportamento do adolescente decs educação em saúde decs relações interpessoais decs pesquisa qualitativa decs existencialismo decs
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/ECJS-738GAADocumentos Relacionados
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