O governo das condutas e os riscos do risco na saúde

AUTOR(ES)
FONTE

Interface (Botucatu)

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/09/2019

RESUMO

Buscamos, a partir de uma perspectiva governamental, refletir sobre os modos que o conceito de risco vem operando na saúde e dialogar com práticas discursivas, como a Nova Saúde Pública e a Medicina da Vigilância. Entendemos que o risco não existe em si, mas constitui-se como uma tecnologia moral e política que fabrica modos de olhar e de calcular a realidade, governar condutas, normalizar o social e produzir subjetividades. Ao estimular uma vida saudável, seus efeitos podem contribuir para uma “governamentalidade neoliberal”, induzindo-nos a uma autovigilância ativa, construindo uma “cidadania econômica” e um ideal de “empresários de si mesmos” e criando redes de vigilância e normalização que reforcem modos submissos e pouco potentes de viver. Apesar desses “riscos do risco”, essas tecnologias defrontam-se continuamente com práticas de resistência e contracondutas que inventam outros possíveis para a saúde e a vida.Through a governmental perspective, we seek to reflect on the ways that the concept of risk operates in health field and dialogue with discursive practices such as New Public Health and Surveillance Medicine. We understand that risk does not exist itself but represents a moral and political technology that produces ways of looking and calculating reality, governing conduct, normalizing the social and making up subjectivities. By stimulating a healthy life, its effects can contribute to a “neoliberal governmentality”, inducing us to active self-vigilance, building an “economic citizenship” and an ideal of “self-entrepreneurs” and creating networks of surveillance and normalization that reinforce submissive and powerless ways of living. Despite these “risks of risk”, these technologies are continually confronted with resistance practices and counter-discoveries that invent others that are possible for health and life.

Documentos Relacionados