O genero Luxemburgia A. St.-Hil. (Ochnaceae) : revisão taxonomica e estudo cladistico

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

O gênero Luxemburgia pertence à família Ochnaceae e é exclusivamente brasileiro. As espécies de Luxemburgia são encontradas em campos rupestres e afloramentos rochosos, principalmente na Cadeia do Espinhaço, no Estado de Minas Gerais. Luxemburgia é constituído por espécies arbustivas, facilmente reconhecíveis pelas folhas de margem denteada, onde cada nervura secundária converge para uma glândula marginal, pela presença de um cílio no ápice das folhas, e pelas flores amarelas e zigomorfas, devidas ao agrupamento dos estames em um lado da flor, envolvendo parcialmente o gineceu. Estudos cladísticos utilizando caracteres morfo-anatômicos e moleculares revelaram que os gêneros Luxemburgia e Philacra formam um grupo monofilético. Os objetivos do presente trabalho foram: realizar a revisão taxonômica do gênero Luxemburgia, investigar as relações filogenéticas entre as espécies do gênero, utilizando caracteres morfoanatômicos e moleculares e o gênero Philacra como grupo externo e, a partir dos cladogramas obtidos, interpretar a evolução dos caracteres e a biogeografia histórica das espécies. Foi feita a revisão taxonômica do gênero. São apresentadas chaves de identificação, ilustrações e mapas de distribuição geográfica para todas as espécies de Luxemburgia. São reconhecidas 18 espécies e duas subespécies para o gênero Luxemburgia. Estão sendo propostas duas novas espécies e uma nova subespécie, além de novos sinônimos. Foi feita a análise cladística 60 gênero com caracteres morfológicos e moleculares. Os resultados obtidos são comparados e discutidos. Para a análise cladística com caracteres moleculares, foi sequenciada a região ITS I e II do DNA nuclear ribossomal, para 12 espécies de Luxemburgia e 1 espécie de Philacra. Os resultados obtidos através das análises com caracteres morfológicos e moleculares mostraram grande conflito. É discutida a hipótese de que, durante a evolução do gênero Luxemburgia, primeiro tenha ocorrido eventos de especiação muito rapidamente, e que posteriormente, durante muito tempo, não tenham ocorrido eventos de especiação. Isso explicaria o fato dos ramos basais internos serem curtos e os ramos dos táxons terminais longos, como observado no cladograma obtido com caracteres moleculares

ASSUNTO(S)

botanica - classificação biologia molecular filogenia

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