O fetichismo: para uma crÃtica radical do trabalho abstratoconcreto. InvestigaÃÃes sobre a teoria do valor de Marx

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

06/08/2010

RESUMO

O objetivo desta dissertaÃÃo à desferir uma crÃtica radical ao trabalho abstrato-concreto enquanto princÃpio fetichista constitutivo da moderna sociedade produtora de mercadorias, a partir da teoria do valor de Karl Marx. Em primeiro lugar, perscrutar-se-à a estrutura da mercadoria enquanto unidade social concreta portadora intrinsecamente de uma dupla determinaÃÃo, isto Ã, sendo ao mesmo tempo um valor de uso e um valor. A dualidade da mercadoria se deriva da dualidade do trabalho, enquanto ao mesmo tempo abstrato e concreto. Hà uma relaÃÃo antagÃnica tanto no interior da mercadoria quanto no do trabalho, visto que, por um lado, o valor se impÃe destrutivamente sobre o valor de uso e, por outro, o trabalho abstrato se impÃe destrutivamente sobre o seu outro, a saber, o trabalho concreto. Esta relaÃÃo antagÃnica à marcada, pois, por uma lÃgica negativa, cuja tendÃncia à gerar contradiÃÃes cada vez mais insustentÃveis. O cerne dessas contradiÃÃes consiste no fato de toda a realidade social produtora de mercadorias da modernidade està fundada em uma abstraÃÃo social real: o ser-valor. Este ser à constituÃdo originariamente pelo trabalho abstrato enquanto substÃncia social. Em segundo lugar, determinar-se-à que a lÃgica negativa que perpassa a estrutura da mercadoria possui um carÃter fetichista. Este carÃter torna os objetos produzidos socialmente pelo trabalho abstrato-concreto em coisas ao mesmo tempo sensÃveis e suprassensÃveis. O cunho fetichista das mercadorias se deriva da prÃpria natureza dual do trabalho que as produz. O fetichismo da mercadoria consiste em um mecanismo social absurdo de engendrar a realidade da sociedade como se fosse dominada por coisas autÃnomas, as quais possuem poderes anÃnimos frente aos prÃprios indivÃduos que as produziram. O mecanismo de fetichizaÃÃo social da realidade se configura e se objetiva de tal forma pelo hÃbito das relaÃÃes sociais de produÃÃo que a mercadoria parece possuir a propriedade do ser-valor como sendo algo natural e nÃo socialmente constituÃdo pelo trabalho. A consolidaÃÃo fÃrrea desse mecanismo se dà porque ele à caracterizado por uma tripla dimensÃo: uma objetiva (realidade), uma subjetiva (pensamento) e uma intersubjetiva (linguagem). A unidade destas trÃs dimensÃes constitui a moderna sociedade produtora de mercadorias como uma totalidade negativa, determinada por uma matrix a priori que condiciona fetichistamente o agir, o pensar, o falar, o sentir etc. de todos os seus integrantes atravÃs de um poder impessoal. Em um terceiro momento, investigar-se-à qual o horizonte histÃrico e lÃgico no qual o trabalho abstrato-concreto està circunscrito, a saber, tÃo-somente ao moderno sistema produtor de mercadorias. Tal limitaÃÃo do horizonte histÃrico e lÃgico do trabalho serà complementada com a teoria da crise final do sistema capitalista. Essa teoria acaba por caracterizar o trabalho como uma categoria historicamente determinada e pertencente tÃo-sà ao moderno sistema produtor de mercadorias, nÃo sendo, pois, um princÃpio ontolÃgico determinador da essÃncia do homem enquanto ser social fundado no e pelo trabalho, nem um princÃpio transhistÃrico pertencente a todas as formas de sociabilidade. Por fim, concluir-se-Ã, a partir dos aspectos do conteÃdo, forma e matÃria que constituem a sociedade moderna produtora de mercadorias, com a determinaÃÃo do conceito de histÃria como histÃria das relaÃÃes fetichistas e nÃo como histÃria das lutas de classe.

ASSUNTO(S)

filosofia trabalho abstrato-concreto fetichismo da mercadoria valor crise estrutural crÃtica da moderna sociedade produtora de mercadoria abstract-concrete labor the fetish-like character of the commodity value structural crisis critique of the commodity-producing modern society trabalho - filosofia fetichismo da mercadoria crise econÃmica valor(economia)

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