O fantástico nos contos de Murilo Rubião e de Julio Cortázar: entre o mito literário e a polimetáfora

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A literatura fantástica, no século XIX, abriu-se para sua própria invenção, surgindo assim, o arbitrário e o inconseqüente. A partir daí, o objeto de estudo é a relação real e fantástico construindo a ação narrativa nos contos de Murilo Rubião, e o seu valor literário. O foco de estudo será a análise de alguns contos de Murilo Rubião: A f ila (1974); A noiva da casa azul (1947); Bárbara (1947); O lodo (1974); Teleco, o coelhinho (1965). A análise desses contos investe no problema central de pesquisa: reconhecer o trabalho da verossimilhança na ficção e no modo como a metáfora e a hipérbole são aplicadas como polimetáforas na qualidade de fenômeno poético, à luz dos contos de Julio Cortázar. Recorremos a alguns contos do escritor argentino Julio Cortázar: Carta a una señorita en París (1951); Cartas de Mamá (1970); En nombre de Boby (1977); La autopista del sur (1966); Las manos que crecen (1945). Justif ica-se o apoio formal de Cortázar, por ser o pioneiro do fantástico no gênero conto, para verif icar aproximações e distanciamentos entre os procedimentos narrat ivos, procurando detectar a viabilidade e os efeitos dos pressupostos teóricos e para detectar a sua validade em aplicação na leitura especulat iva do gênero fantástico. Diante destes objetivos, consideramos que a transparência desafiadora do fantástico é um imaginário que não se deixa traduzir, senão pela ambigüidade e pelo deslocamento temporal inquisitivo e renovado do olhar para o real. Trata-se da função exercitada pela figura da polimetáfora, a partir de uma matriz analógica elaborada entre as duas entidades, fato que concretiza o mito em transferência para o real o mito como polimetáfora. O corpus é analisado e descrito segundo três traços estruturais propostos por Todorov (2004): o verbal, o sintático e o semântico, por meio dos quais faz-se um estudo sobre as figuras de retórica, metáfora e hipérbole, as quais se articulam como figuras-chave e modificadores, tanto nos contos murilianos, quanto nos cortazarianos. O último passo remete à análise e à interpretação conceitual destes elementos que estruturam a narrativa fantástica muriliana moderna, efetivando o realismo da polimetáfora como fenômeno de linguagem, segundo a concepção de Erdal Jordan apresentada em La narrativa fantástica (1998)

ASSUNTO(S)

literatura fantastica fantastic rubiao, murilo -- 1916-1971 -- critica e interpretacao literatura comparada murilo rubião polimetáfora julio cortázar cortazar, julio -- 1914-1984 -- critica e interpretacao fantástico multimetaphor

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