O exílio: vicissitudes do luto, reflexões sobre o exílio político dos argentinos (1976-1983) / Exile: vicissitudes of mourning. Thoughts about Argentineans political exile (1976-1983)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Esta pesquisa aborda o tema do exílio, com um recorte particular dessa experiência, a saber: as vicissitudes do luto. Tendo como base os fundamentos teóricos da psicanálise em intensão e em extensão, toma como exemplo histórico o exílio político dos argentinos durante a Ditadura Militar Argentina dos anos 1976-1983. O exílio é um acontecimento que pode ser pensado a partir de alguns conceitos da teoria freudiana e do ensino de Jacques Lacan, dentre eles: angústia, luto, ato e desejo. Os mesmos são analisados e correlacionados em nosso texto. Dois recortes demonstram as condições e as modalidades de elaboração do luto no exílio político. O primeiro procura recolher no testemunho singular de alguns exilados suas experiências nessa condição. As entrevistas aconteceram nas cidades de São Paulo e de Buenos Aires, tomando como exemplos exilados que ficaram no exílio e outros que retornaram à sua terra de origem. O segundo recorte diz respeito a um fenômeno social que, embora acontecendo na Argentina, teve ressonâncias no exílio: tratam-se das marchas realizadas pelas Madres e Abuelas de Plaza de Mayo, todas as quintas-feiras, na praça que deu o nome a essas duas organizações. Verificamos que no exílio o trabalho do luto singular e particular se enlaça a um trabalho no coletivo que aponta para o restabelecimento da legalidade jurídica e do desejo, fraturadas durante esses anos. Todavia, problematizamos o significante mestre exilado, pensando à luz da clínica psicanalítica, os conceitos de alienação e separação.

ASSUNTO(S)

luto exílio exile grief psychoanalysis ansiedade anxiety psicanálise

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