O estabelecimento do paradigma do membro articulado no De motu animalium de Aristóteles

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Archai

DATA DE PUBLICAÇÃO

13/12/2019

RESUMO

Resumo: No De motu animalium, Aristóteles recorre ao método analógico na pesquisa que faz acerca da causa comum do movimento, estabelecendo o paradigma do membro articulado, modelo que ele operacionaliza tendo em vista tornar inteligível o caráter dinâmico do movimento dos animais. Contudo, o membro articulado não se apresenta como modelo de uma maneira direta, na verdade, ele é convertido em modelo. Textualmente, o estabelecimento do paradigma, ou modelização, começa em 698a17 e vai até 698b4, incluindo três etapas: a primeira referência às articulações; a geometrização do movimento do membro articulado, que compreende três subdivisões: a comparação da articulação com o centro, a geometrização radical que é a comparação com o diâmetro, e a relativização da comparação geométrica; e por último, a volta à natureza da articulação com o modelo anatômico do membro articulado, o ponto culminante do processo de modelização. No artigo presente, gostaríamos de fazer uma análise das etapas da construção deste paradigma, cujas estratégias metodológicas culminam no modelo anatômico do membro articulado, uma surpreendente imagem em ação para o objeto do De motu, que, paradoxalmente, dá a ver a imobilidade na mobilidade do membro.Abstract: Aristotle, in De motu animalium uses the analogical method to research on animal’s movement common cause by establishing the paradigm of the articulated member. However, the articulated member does not present itself as a model in a direct way; in fact, it is converted into a model. Textually, the establishment of the paradigm, or modeling, begins in 698a17 and goes up to 698b4, including three stages: reference to the joints followed by the geometrization of the articulated member’s movement, which comprises three subdivisions: the comparison of the articulation to the center, the radical geometrization that is the comparison to the diameter, and the relativization of the geometric comparison; and finally, the return to the nature of the articulation through the anatomical model of the articulated member, the culminating point of the modeling process. In the present article, we would like to analyze the construction of this paradigm, in which, paradoxically, the methodological strategies culminate by showing immobility in limb mobility, an unexpected image in action to the subject of the De motu animalium.

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