O envelhecimento do corpo da mulher nos Cadernos Vida e Equilíbrio

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O destacado lugar ocupado pelo corpo hoje ¿ jovem, belo/saudável, ativo, feliz ¿, associado ao fluxo de informações veiculadas na mídia, propondo-nos cuidados necessários, moveu-me a olhar quem, como e o que se fala, na mídia impressa, para as mulheres com mais de 50 anos. Examinei alguns enunciados presentes nos Cadernos Vida (Zero Hora) e Equilíbrio (Folha de São Paulo) no ano de 2009, procurando chamar a atenção para as ¿verdades¿ veiculadas, verdades essas que podem atuar como elementos constitutivos das subjetividades dessas mulheres e de seus comportamentos em relação a si. A presente pesquisa inscreve-se no campo dos Estudos Culturais, em suas vertentes pós-estruturalistas. No primeiro momento, falo das experiências que me impulsionaram a um estudo relacionado ao corpo na mídia jornalística e apresento as ferramentas teórico-metodológicas usadas nessa trajetória. No segundo momento, percorro brevemente diferentes modos de nomear o período da vida dos sujeitos vistos como velhos e a velhice ¿ velho, idoso, terceira idade ¿, procurando mostrar que tais classificações são produções/ construções históricas, existindo, portanto, múltiplas formas de envelhecer, conforme a sociedade e a época. No terceiro momento, ao analisar características atribuídas e ensinamentos relacionados aos cuidados com o corpo das mulheres a partir dos 50 anos e em algumas situações relacionadas à menopausa, discuto como o corpo dessas mulheres vem sendo representado e posto em circulação nos Cadernos dos jornais mencionados acima. No quarto momento, analiso nesses Cadernos os discursos ¿verdadeiros¿ direcionados à medicalização dos corpos, discursos que engendram práticas promotoras da pretensa vida saudável ¿ hábitos alimentares, exercícios físicos, suplementos de reposição orgânica/metabólica, relações sociais afetivas, etc. ¿, destacando-se o papel das práticas sociais na constituição do modo como pensamos e agimos em relação ao nosso corpo hoje. Por fim, retomo o percurso deste estudo, falo sobre o que a pesquisa me possibilitou, as questões que ficaram em aberto e a vontade de que tais aprendizagens criem condições para que minha prática docente seja constantemente problematizada.

ASSUNTO(S)

mulher cultural pedagogy true discourses corpo female body envelhecimento análise do discurso aging pedagogia cultural jornais

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