O ensino técnico de nivel médio e a inserção dos jovens no mercado de trabalho : o (in)certo futuro

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esta pesquisa busca investigar as expectativas de jovens de um curso técnico de nível médio sobre a formação que obtiveram e o que esperam obter com a opção feita frente ao mercado de trabalho. Como pano de fundo, utilizamos os pressupostos que norteiam a política educacional para a área no Estado de São Paulo e as diretrizes da instituição formadora. Não realizamos uma análise macro do mercado de trabalho, mas um acompanhamento de jovens que freqüentam o último semestre do curso de Nutrição e Dietética, e sua saída da escola para o mercado. O referencial teórico para analisar o tema baseou-se nas contribuições de Sacristán (2000, 2001), Sennet (2006) Manfredi (2002) e Franzoi (2006). A pesquisa cumpriu as seguintes etapas: observação realizada na unidade escolar; entrevista com a direção da unidade; questionário exploratório aplicado a 84 alunos dos cursos de Metalurgia, Nutrição e Dietética e Segurança do Trabalho; análise de documentos legais e entrevistas de aprofundamento realizadas com 3 alunos do curso de Nutrição e Dietética, selecionados com base nos dados obtidos no questionário exploratório. A escola selecionada para a pesquisa foi a Etec Dona Escolástica Rosa, de Santos, uma das primeiras escolas profissionalizantes do País, que hoje pertence ao Centro Paula Sousa. Os dados coletados por meio das entrevistas foram tratados com base na análise de conteúdo. Nas conclusões finais, apontamos que embora as expectativas dos alunos quando procuram um curso técnico seja para ter uma profissão, deixam claro que pretendem continuar os estudos em nível superior. O curso técnico é visto pelos alunos entrevistados como uma ponte para alcançar a profissão desejada. Um campo de forças envolve essa fase de transição na vida dos jovens, que os leva para lugares que não escolheram e onde não pretendiam estar, mas que foram determinados em suas trajetórias de vida e formação, muito mais pelas condições de nascimento e conseqüente posição que ocupam na sociedade brasileira do que pelos seus projetos, seus sonhos e suas metas. Suas trajetórias se apresentam entrecortadas, em virtude de não conseguirem resolver a difícil equação que se estabelece entre a formação obtida, a pretendida e a inserção no mercado de trabalho. Embora percebam a falta de sintonia existente entre as políticas de formação profissional de nível médio e as políticas de geração de emprego e renda, os jovens, tendo como objetivo uma profissão, acreditam e aprovam a escola e o ensino técnico que fizeram, mas reivindicam políticas públicas de inclusão que assegurem o óbvio: emprego com carteira assinada.

ASSUNTO(S)

trajetórias e expectativas profissionais educacao educação profissional de nível médio mercado de trabalho

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