O enfrentamento da nefropatia diabética na ótica da família: uma abordagem na perspectiva do Modelo Calgary de Avaliação na Família

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Este estudo buscou compreender como a família enfrenta o cuidar da pessoa com nefropatia diabética em tratamento dialítico. Trata-se de um estudo qualitativo conduzido pelos pressupostos do método etnográfico que utilizou o Modelo Calgary de Avaliação na Família (MCAIF) para a coleta dos dados. A pesquisa envolveu sete famílias em duas unidades de terapia renal substitutiva da cidade de Belo Horizonte/Minas Gerais. A coleta de dados foi realizada no período de outubro de 2006 a fevereiro de 2007, após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais e das instituições envolvidas. O Modelo Calgary de Avaliação na Família, a observação participante, a entrevista semi-estruturada, o diário de campo e a análise documental foram utilizados para a coleta dos dados que, posteriormente foram analisados de acordo com o referencial teórico de Bardin (1977) de análise de conteúdo. A partir da análise dos dados emergiram três núcleos temáticos que desvelaram as várias nuances do início do tratamento dialítico sobre a vida da família: a construção do conceito de família sob a ótica da pessoa com nefropatia diabética; a nefropatia diabética e o tratamento dialítico na vida da família; e o conviver e o cuidar da pessoa com nefropatia diabética. Os resultados sugerem que cada família possui forças (recursos) mesmo em face de problemas (demandas) de saúde. Algumas das dificuldades apresentadas pelas famílias foram a necessidade de conciliar trabalho e doença em casa, restrição das atividades de lazer e de incorporar a doença e seu tratamento na rotina de vida da família. Em contrapartida o apoio da rede social e familiar, a aceitação e a adaptação do membro doente à rotina e ao tratamento e a comunicação aberta entre os integrantes da família foram destacados como fatores facilitadores (recursos) do cuidado. Dentre as estratégias de enfrentamento encontradas a visão da doença e do regime terapêutico como um desafio administrável, apoio da rede social e familiar, comunicação aberta entre os membros da família, contato com outras pessoas que vivenciam a mesma situação e a fé como fator de amparo assumem papel relevante no desafio do conviver diário com a condição crônica. Dessa forma, esse estudo desvelou como as famílias enfrentam e se adaptam às novas situações surgidas com a rotina do regime dialítico e a progressão das complicações que levam a dependência da pessoa doente. Tal fato desperta a necessidade de enxergamos a família como foco do cuidado de enfermagem, envolvendo-a em nosso cuidar e incentivando seus membros a buscarem recursos dentro da unidade familiar e de sua rede social mais próxima.

ASSUNTO(S)

enfermagem decs dissertações acadêmicas decs saúde da famíliia decs família/etnologia decs nefropatias diabéticas/psicologia decs modelos de enfermagem decs enfermagem teses diálise renal/psicologia decs

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