O enfrentamento da medicalização pelo trabalho pedagogico

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Esta pesquisa refere-se a crianças rotuladas como doentes, por não aprenderem, por serem imaturas, por não terem limites, por não pararem quietas, por serem indisciplinadas... Crianças que, após receberem pretensos diagnósticos/rótulos, tendo como referencial o senso comum e preconceitos estabelecidos, sem embasamento científico, são encaminhadas para avaliações médicas e psicológicas, que legitimam sua “incapacidade”, limitam suas possibilidades de desenvolvimento e as tornam prisioneiras de rótulos e marcas, não lhes restando alternativas a não ser incorporar o estigma a elas atribuído. Quando a instituição escola não consegue ensinar seus alunos, inicia-se, na maioria das vezes, o processo de medicalização do processo ensino-aprendizagem e da própria criança. A partir desse momento, as dificuldades já não são mais da instituição, pois transformadas em “defeitos” dos alunos; fabricam-se ideologicamente “doenças” que seriam as pretensas causas do fracasso escolar. A pesquisa fala das possibilidades colocadas pelo trabalho pedagógico de se abrir espaços para o acontecer destas crianças como sujeitos históricos, sociais e culturais, possibilidades alicerçadas no fato de que os significados das representações, vivenciadas em todos os espaços da vida cotidiana, são construções sociais que se transformam historicamente e que são apreendidas pelos sujeitos.

ASSUNTO(S)

school failure diagnostic estigma diagnostico fracasso escolar stigma

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