O encaixe de Construções de Discurso Reportado na Prótase de Condicionais: uma abordagem Sociocognitiva
AUTOR(ES)
Paulo Soares Rodrigues
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
30/08/2011
RESUMO
A intenção de contribuir com a descrição e análise de construções do Português do Brasil, construções, até então, não estudadas é um dos propósitos da Linguística Cognitiva, à qual nos ancoramos. O padrão construcional investigado nesta dissertação é um tipo de condicional com discurso reportado encaixado em sua prótase trata-se do modelo Se X dicendi Y, Z. A condicionalidade, objeto de estudo de Sweetser e Dancygier (2005) e Ferrari (1999, 2001, 2002, 2005, 2007, 2008 e 2009), é vista, neste trabalho, a partir dos modelos de uso da Gramática das Construções de Goldberg (1995, 2006), Croft (2004) e Salomão (2009) e dos pressupostos da Teoria dos Espaços Mentais (FAUCONNIER 1994, 1997). Propomos, aqui, uma abordagem cognitivista voltada para a condicionalidade, colocando em relevo o elo entre construções gramaticais e espaços mentais, contemplando as contribuições da fala reportada, nos termos de Rocha (1999, 2004), Sanders e Redeker (1996) e Cutrer (1994). Assim, em conjunto com a Linguistica de Corpus (SARDINHA, 2004), fizemos uso de corpora que permite visualizar o comportamento de nossas construções, mais especificamente no corpus CETEM-Folha. As análises que serão apresentadas no decorrer da pesquisa põem à vista um padrão semi-aberto que não se mostrou muito produtivo no ambiente pesquisado. A escassez de ocorrências se justifica devido a fatores como o caráter hipotético determinado pela condicionalidade, em comunhão com a propriedade argumentativa da construção. Isso provoca o atenuamento da força ilocucionária do discurso reportado e faz com que, em meio jornalístico, característico por reportar factivamente a voz do outro, não encontremos muitos usos de Se X dicendi Y, Z. Em relação à configuração de espaços mentais das instâncias, notamos que, em todas elas, há certa similaridade. O que nos chama atenção é o variado posicionamento do Ponto de Vista dentro da diagramação dos EM, que nos leva a pensar em não-uniformidade de postura epistêmica nas condicionais que estudamos, além das posturas uniformes neutra e negativa. Focalizamos, ainda, o jogo argumentativo característico desse padrão, visto que a prótase, por trazer consigo a marca da hipótese, configura-se como preparação de terreno para que o falante defenda seu ponto de vista subsequentemente, na apódose. Por fim, discutiremos o enriquecimento do conceito de construção. Através dos postulados de Fillmore, Dancygier, Sweetser e Ferrari, teorias, como a dos espaços mentais, agregaram-se ao conceito de construção proposto por Goldberg e deram maior dinamicidade ao modelo de análise de construções de estrutura argumental desenvolvido pela autora
ASSUNTO(S)
linguística cognitiva gramática das construções espaços mentais discurso reportado cognitive linguistics construction grammar mental spaces reported speech linguistica
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufjf.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1122Documentos Relacionados
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