O EGO COMO PROBLEMA EXISTENCIAL EM SARTRE / EGO AS AN EXISTENTIAL PROBLEM IN SARTRE

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

08/07/2012

RESUMO

O trabalho apresenta a tese de Sartre acerca do Ego, a saber, que ele é um objeto transcendente à consciência e que, portanto, situa-se no domínio existencial. Procurou-se demonstrar que tal tese foi engendrada a partir da defesa da consciência intencional e da distinção entre consciência irrefletida e reflexiva. A finalidade, que se segue disso, é deixar clara a distância tomada por Sartre das propostas encontradas para o Ego na tradição filosófica, mais especificamente, das propostas de Descartes, Kant e Husserl. Na seqüência, explicita-se como se dá a constituição do Ego enquanto pólo transcendente de outras unidades transcendentes, quais sejam: os estados, as ações e as qualidades. Por fim, investigam-se quais as conseqüências para a esfera transcendental e existencial da afirmação que impõe ao Ego o caráter transcendente. Apresentam-se como resultados: I. a evidência da distância da compreensão sartriana de epoché com relação à cunhada por Husserl; II. o entendimento de que o Ego é um objeto que, prementemente, caracteriza-se pela dubitabilidade e irracionalidade; III. a conclusão de que há uma mudança no tratamento sobre a pessoalidade da consciência entre as obras A transcendência do Ego e O Ser e o Nada; e IV. o vínculo entre o esvaziamento da consciência e a possibilidade da ação moral. O primeiro resultado deve-se ao fato de que a epoché não será considerada um procedimento, tal como em Husserl, mas como angústia que se impõe pela espontaneidade, a qual marca a definição sartriana da consciência, na medida em que não há um Ego transcendental. O segundo, registra que qualquer intuição do Ego pode ser contradita por uma nova intuição e, também, que o seu caráter irracional é o que permite dizer que, apesar de ser um objeto, ele dá-se como produtor dos estados e das ações. O terceiro, ilustra que a mudança entre as obras citadas atribui-se a uma aproximação entre as consciências irrefletida e reflexiva realizada em O Ser e o Nada, a qual faz equivaler a consciência do Ego a um campo transcendental sem sujeito. O último resultado inscreve a necessidade do abandono de qualquer sentido sedimentado, bem como de qualquer essência humana prévia a sua existência, para permitir afirmar a liberdade como insígnia do homem.

ASSUNTO(S)

existência epoché intencionalidade consciência ego filosofia ego consciousness intentionality epoché existence

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