O efeito do posicionamento dos membros inferiores durante o movimento de sentado para de pé em hemiparéticos crônicos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A fraqueza muscular contralateral à lesão é um dos problemas mais comuns de indivíduos que sofreram o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Esses indivíduos apresentam dificuldade em realizar atividades funcionais como levantar da cadeira sem assistência. Durante o período de recuperação pós-AVC, a descarga de peso no membro inferior afetado (MIA) tende a ser espontaneamente evitada, prejudicando a realização do movimento de sentado para de pé (ST-DP) e, conseqüentemente, a independência do indivíduo. Existem distintas estratégias que podem ser utilizadas para favorecer a descarga de peso no MIA desses indivíduos durante o movimento de ST-DP. A modificação da posição do MIA para trás, por exemplo, é uma estratégia comumente utilizada na prática clínica, porém seu efeito em indivíduos hemiparéticos crônicos ainda foi pouco documentado na literatura. O objetivo desse estudo foi investigar o efeito de diferentes posicionamentos dos membros inferiores durante a atividade de ST-DP em indivíduos hemiparéticos crônicos utilizando quatro estratégias: (A) espontânea; (B) simétrica para trás; (C) assimétrica 1 e; (D) assimétrica 2. Participaram do estudo 12 hemiparéticos crônicos, com idade entre 60 e 80 anos e tempo pós-AVC entre um a 14 anos. Para caracterizar a amostra, foram avaliados a amplitude de movimento de dorsoflexão do tornozelo, a velocidade natural da marcha, o tônus muscular e o torque muscular isocinético dos músculos flexores e extensores do quadril, joelho e tornozelo bilateralmente. Durante o movimento de ST-DP, foram avaliadas a latência diferencial (LATDIF) e a quantificação eletromiográfica (QTEMG) dos músculos tibial anterior, sóleo (SOL), quadríceps e isquiossurais (IQS) do MIA, o tempo de movimento (TM), o tempo até a perda de contato com o assento, a simetria e o índice de elevação corporal (IEC) nas quatro estratégias. A ANOVA para medidas repetidas foi aplicada para investigar o efeito das estratégias B, C e D em relação à estratégia A. Quando comparados à estratégia A, o SOL apresentou maior LATDIF na estratégia D, os IQS tiveram menor QTEMG na estratégia B, o TM foi maior nas estratégias C e D e o IEC foi menor na estratégia D. A estratégia D pareceu ser menos favorável à realização do movimento uma vez que aumentou o TM e reduziu o IEC. A estratégia C não pode ser considerada mais ou menos favorável para os indivíduos estudados. Na estratégia B, houve menos necessidade de estabilização do joelho afetado e o TM foi semelhante à estratégia A. Dessa forma, as estratégias espontânea (A) e simétrica para trás (B) pareceram ser mais favoráveis ao desempenho do movimento de ST-DP nos hemiparéticos crônicos considerando, principalmente, as características de maior cronicidade e menor comprometimento funcional da amostra investigada.

ASSUNTO(S)

membros inferiores disturbios. teses. hemiplegia fisioterapia teses. eletromiografia teses. acidentes vasculares cerebrais complicações e sequelas teses.

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