O destronamento da renda como causa da saúde: um ensaio

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-12

RESUMO

Renda, tanto de nações, grupos ou indivíduos, aparece em muitas análises como fortemente relacionada ao estado de saúde, além de ser a variável explanatória principal para a análise das diferenças em saúde. Pessoas pobres tendem a ser mais doentes que a média e pessoas doentes tendem a ser mais pobres do que a média. Certamente a renda é necessária para a compra de bens e serviços que contribuem para a promoção e melhoria da saúde, porém sua importância tem sido exagerada. Análises transversais que ignoram a história comentam exageros no quanto a renda é importante para a saúde. A renda é "destronada" como rainha das explicações em quatro linhas de evidências: (1) a distribuição da renda importa mais do que os totais ou médias e a distribuição da proteção financeira por meio da seguridade, melhor que a distribuição da renda, é particularmente crucial; (2) historicamente, o crescimento da própria renda contribui pouco para melhorias na saúde; (3) importa mais quão rápida e completamente populações e nações adotam intervenções de saúde adequadas e (4) algumas mudanças recentes do estilo de vida (dieta e atividade física) que acompanham o crescimento da renda realmente agravam a saúde. Essas causas são especialmente relevantes para a saúde infantil e da criança um pouco menos para a saúde materna. Quanto menos importante a renda é, mais fácil será a melhoria das condições de saúde. É uma boa notícia saber que países e povos necessitam fugir da pobreza, mas não necessitam ser ricos para serem saudáveis.

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