O currículo crítico-libertador como forma de resistência e de superação da violência curricular / The critical-releasor curriculum as a form of resistance to curricular violence

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

11/12/2012

RESUMO

Diante de uma série de experiências vivenciadas por mim na condição de professor de Filosofia, junto ao segmento do Ensino Médio, de uma escola pública do Estado de São Paulo, surgiu a necessidade de buscar explicações para as diferentes situações de conflitos que se têm manifestado sistematicamente no dia-a-dia da escola, e que me vêm causando angústia e perplexidades. Na busca por explicações, proponho um conceito crítico para analisar a realidade da escola: violência curricular. Em contraposição a essa violência, recorro ao currículo crítico-libertador e às suas categorias teórico-práticas como alternativas no sentido de resistir e de superar as práticas desumanizadoras inerentes ao currículo hegemônico das escolas públicas estaduais. Diante disso, esse trabalho procura responder fundamentalmente a seguinte questão: Qual é o potencial do currículo crítico-libertador como forma de resistência e de superação da violência curricular? Essa questão central sugere três grupos de questões: 1. O que é a violência curricular? Em quais dimensões ela se manifesta concretamente no cotidiano da escola? 2. Quais as políticas que condicionam a dinâmica curricular das escolas públicas do Estado de São Paulo no momento atual? Como a violência curricular está se manifestando no cotidiano da escola pública do Estado de São Paulo? 3. Quais os princípios e os elementos teórico-práticos que o currículo crítico-libertador proposto por Paulo Freire nos oferece para resistir e superar a violência curricular? Para respondê-las, recorri aos seguintes referenciais: a Chaui (2006; 2007) para compreender o conceito de violência. Para compreender o que é currículo e alguns de seus elementos constituintes, fundamentei-me em Freire (2000a) e em Saul (2010b). Para construir e propor um conceito de violência curricular, enquanto categoria crítica para analisar o cotidiano da escola, recorri a Dussel (2002). Para sistematizar as proposições teórico-práticas do currículo crítico-libertador, fundamentei-me em Paulo Freire, principalmente em seus pressupostos antropológicos, éticos, políticos e epistemológicos e em suas implicações teórico-práticas nos diversos aspectos do currículo (política, gestão, o método, os conteúdos, a avaliação, etc.). Com o objetivo de analisar o contexto histórico-político que envolve o currículo hegemônico vigente na rede pública do Estado de São Paulo, recorri à literatura crítica que analisa a política educacional que vem sendo implantada no Estado de São Paulo desde 1995. Na busca por analisar as formas pelas quais a violência curricular se manifesta no cotidiano da escola pública paulista, optei pela metodologia de relatos de experiências, amparando-me, sobretudo, nas observações que realizo no dia-a-dia da escola como professor efetivo da rede. A expectativa é de que o conceito de violência curricular mostre-se pertinente e relevante para a teorização crítica do currículo. Além disso, espera-se que essa pesquisa contribua para clarear conceitos e propor modos de re-inventar o legado freireano, fortalecendo a práxis crítico-transformadora daqueles que atuam ou pretendem atuar (seja no nível das políticas públicas, seja no nível da escola) a partir do paradigma do currículo crítico-libertador

ASSUNTO(S)

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