O consumo serve para pensar: revista Recreio, crianças e alternativas para a formação de cidadãos

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A presente dissertação de mestrado busca relacionar consumo e infância a uma indústria cultural em particular Editora Abril pela ótica das revistas infantis. Investiga se o principal produto, a Revista Recreio, tem uma proposta de incentivo à prática da cidadania por meio da abertura de espaços para a participação das crianças no projeto. Os espaços públicos para atuação dos cidadãos nem sempre se encontram abertos e acessíveis quanto os do mercado aos consumidores. Neste campo, algumas indústrias têm buscado responder as demandas dos consumidores e por isso mantêm abertos canais de contato. Em relação às mídias, tem se destacado aquelas que se utilizam de tecnologias digitais capazes de permitir o acesso maior dos usuários para que possam emitir suas opiniões, e, através delas, as comunidades de fãs e consumidores tendem a se unir, ganhando força, produzindo novos conteúdos e influenciando produtores. Discute-se aqui a hipótese de que, em tempos de cultura da convergência, os usuários deixariam de ser somente audiência para ser também produtores. O acesso a essas tecnologias e a iniciativa de participação leva tempo para atingir um grande número de pessoas. Entretanto, se essa participação passar a ser estimulada pelos meios de comunicação e também pelas politicas públicas voltadas à infancia, provavelmente o número de crianças atuantes aumentará significativamente. Esta pesquisa tem por objetivo mapear as oportunidades existentes nas revistas infantis, em especial na revista Recreio, para estimular o leitor a assumir sua possível condição de produtor de conteúdos. Para isso, um breve histórico das revistas infantis brasileiras foi traçado, iniciando com uma análise da primeira versão da revista Recreio: a revista brinquedo, que esteve em circulação de 1969 a 1982 e que serviu de base para uma comparação com a versão atual da mesma revista, publicada pela Editora Abril e lançada em março de 2000. A pesquisa de campo centrou-se, inicialmente, na leitura de 985 exemplares da revista; deste processo resultou a construção do histórico e a posterior seleção, para uma análise de capa a capa de 10 edições que estiveram em circulação entre março e maio de 2010. Dentre os autores que fundamentam teórica e conceitualmente esta investigação destacam-se: sob o ponto de vista do consumo, Canclini (2006; 2008), da infância, Buckingham (2007), e das mídias digitais, Jenkins (2009)

ASSUNTO(S)

infância revista recreio consumo cidadania ciencias sociais aplicadas childhood recreio magazine consumption citizenship

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