O consumo de alimentos ultraprocessados e nível socioeconômico: uma análise transversal do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto, Brasil
AUTOR(ES)
Simões, Bárbara dos Santos, Barreto, Sandhi Maria, Molina, Maria del Carmen Bisi, Luft, Vivian Cristine, Duncan, Bruce Bartholow, Schmidt, Maria Inês, Benseñor, Isabela Judith Martins, Cardoso, Letícia de Oliveira, Levy, Renata Bertazzi, Giatti, Luana
FONTE
Cad. Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
05/03/2018
RESUMO
O estudo teve como objetivo estimar a contribuição dos alimentos ultraprocessados à ingestão calórica total e investigar se essa contribuição difere de acordo com nível socioeconômico. Analisamos os dados da linha de base do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto-Brasil (ELSA-Brasil 2008-2010; N = 14.378) e os de ingestão alimentar, usando um questionário sobre frequência de consumo alimentar, em três categorias: alimentos não processados ou minimamente processados e ingredientes culinários processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados. Estimamos as associações entre nível socioeconômico (escolaridade, renda domiciliar per capita e classe social ocupacional) e o percentual da contribuição calórica dos ultraprocessados, usando modelos lineares generalizados, ajustados por idade e sexo. Os alimentos não processados ou minimamente processados e ingredientes culinários processados representaram 65,7% da ingestão calórica total, seguidos pelos ultraprocessados (22,7%). Depois dos ajustes, a contribuição dos ultraprocessados foi 20% mais baixa entre participantes com ensino fundamental incompleto, quando comparados aos indivíduos com pós-graduação. Quando comparados aos indivíduos das classes de renda mais alta, a contribuição calórica dos ultraprocessados foi 10%, 15% e 20% mais baixa entre aqueles pertencentes aos três quintis de renda mais baixos, respectivamente. Além disso, a contribuição calórica dos ultraprocessados foi 7%, 12%, 12% e 17% mais baixa entre os participantes da classe social ocupacional mais baixa, comparados aos das classes sociais mais altas. Os resultados sugerem que a contribuição calórica dos alimentos ultraprocessados é mais alta entre os indivíduos de nível socioeconômico mais alto, com gradiente de dose e resposta nas associações.
ASSUNTO(S)
manipulação de alimentos ingestão de alimentos fatores socioeconômicos estudo multicêntrico
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