O computador na Educação de jovens e adultos: sentidos e caminhos

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Esta dissertação apresenta o relato interpretativo de um projeto de utilização do computador como instrumento pedagógico em um Curso de Educação de Jovens e Adultos, decorrente de parceria proposta por grupo de professores e alunos do Programa de Educação: Currículo da PUC-SP a um colégio da rede particular de ensino, no qual vivenciei a passagem da situação de educadora em processo de formação ao papel de docente-pesquisadora. O trabalho investiga quais os sentidos atribuídos pelos educandos de EJA à presença do computador numa prática pedagógica que o utiliza como instrumento pedagógico e quais caminhos para o uso do computador na EJA podem ser vislumbrados a partir dos sentidos atribuídos pelos educandos à experiência. A questão do sentido na Educação de Jovens e Adultos está ancorada teoricamente no pensamento de Paulo Freire e nas contribuições de autores que fazem uma leitura de Mikhail Bakhtin para a pesquisa em Ciências Humanas que têm em comum a valorização da relação dialógica como espaço de construção de conhecimento. Para realizar a pesquisa, que possui caráter qualitativo, foram utilizados dados coletados de agosto de 2002 a dezembro de 2004, presentes nas seguintes fontes: registros de reuniões pedagógicas, diário de bordo da pesquisadora, arquivos de textos produzidos pelos educandos no laboratório de informática, depoimentos espontâneos, dinâmica planejada para levantamento inicial de sentidos atribuídos pelos educandos ao computador e entrevistas, espaço de negociação de sentidos entre os sujeitos pesquisados e a pesquisadora. Os sentidos atribuídos pelos educandos ao computador foram o de instrumento: importante, com o qual desejavam interagir, de pesquisa e informação, de aprendizagem, de conhecimento de mundo, de entretenimento, de comunicação, de facilitação de tarefas, de trabalho, disparador de emoções e reações, que desejavam possuir, causador de desemprego, controlador da vida financeira e de aprimoramento da própria escrita. Os caminhos vislumbrados apontaram para a necessidade de: fomentar espaços de reflexão sobre a influência da tecnologia na sociedade contemporânea, cultivar um olhar atento e crítico do educador e do educando, incentivar a experiência do "empoderamento" dos educandos, identificar jogos adequados ao perfil dos educandos, promover interação entre grupos de EJA por meio da rede mundial de computadores, utilizar recursos do editor de textos para aprimoramento da escrita, integrar ações de EJA e inclusão digital, reivindicar políticas públicas para o setor, buscar acolher e dialogar com os sentidos enunciados pelos educandos na prática educativa.

ASSUNTO(S)

dialogia inclusão digital uso de computadores na educação curriculo construção do conhecimento educação de jovens e adultos

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