O Complexo máfico-ultramáfico acamadado de americano do Brasil e sua mineralização de Ni-Cu-Co

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O Complexo de Americano do Brasil é uma intrusão sin-orogênica máficaultramáfica acamadada de 6268 Ma. Este complexo está associado a um conjunto de outras intrusões correlatas, formadas durante o Ciclo Orogênico Brasiliano/Pan- Africano, no Brasil Central. Essas intrusões são do Arco Magmático de Goiás, que é parte componente da Faixa Brasília. Este estudo visa entender a intrusão das câmaras magmáticas do complexo e suas evoluções. Esta análise permitiu também identificar os processos magmáticos que promoveram a formação dos corpos de minério sulfetado Ni- Cu. Para isso, foram feitos trabalho de campo, descrição de furos de sonda, amostragem, petrografia, química de rocha total (elementos maiores, traço e terras raras) e geoquímica isotópica de S e Sm-Nd. O Complexo de Americano do Brasil é uma seqüencia acamadada leste/oeste com 12 km de comprimento por 2 km de largura, formado por duas seqüências distintas (Norte e Sul), interpretadas como duas câmaras diferentes tectonicamente colocadas lado-a-lado ao longo de uma zona de falha. As seqüências têm séries de cristalização similares (e.g. ol+chr =>ol+cpx+chr =>ol+cpx+opx =>cpx+opx =>opx+plg+cpx), o que é característico de magmas toleíticos. O complexo possui 3 corpos de minério de Ni-Cu magmático diferentes. Estes estão alojados em três níveis distintos da pilha cumulática: (i) O corpo S2 é de sulfeto semi-maciço a maciço formado durante reinjeção magmática na porção basal dunítica/peridotítica da Seqüencia Norte. (ii) O corpo S1 é de sulfeto disseminado formado por assimilação parcial do gnaisse encaixante, no topo da Seqüencia Sul. (iii) O corpo G2 é de sulfetos em textura em rede (do inglês net-textured) de dimensão relativamente pequena hospedado na base pedidotítica/piroxenítica da Seqüencia Sul. Os corpos de minério S2 e G2 possuem porções enriquecidas em Cu-Pt-Pd que foram interpretadas como produto da cristalização fracionada do líquido sulfetado. O _34S dos corpos de minério e das gotículas (do inglês droplets) do complexo estão entre -2,6 e +3,5 (0/00 CDT), indicando uma origem mantélica para os sulfetos. Por fim, o Complexo de Americano do Brasil e suas intrusões correlatas nos mostram que intrusões máfico-ultramáficas pequenas , falhadas e sinorogenicas na região não devem ser ignoradas quanto ao seu potencial para portar mineralizações sulfetadas econômicas de Ni-Cu(-PGE). ix Além deste foco central descrito acima, fez parte desta dissertação de mestrado outros dois estudos secundários: (i) Implantação do método de análise in-situ dos isótopos S32 e S34 utilizando o equipamento LA-MC-ICPMS. Foram alcançadas precisões e acurácias entre 0,3 e 0,5 (1_) e estabelecimento de dois padrões internos. (ii) A utilização da técnica de lixiviação por bromo-metanol, que permite abertura dos minerais de sulfeto sem atacar os silicatos ou óxidos. Esta técnica aplicada no Complexo Americano do Brasil teve êxito parcial, pois a pirita da associação sulfetada foi apenas parcialmente dissolvida ao ataque. No entanto, comparando-se os resultados com a análise química de rocha total convencional, foram atingidos dados mais consistentes que permitem analisar a variação da composição do líquido sulfetado ao longo da estratigrafia, bem como, variação na geoquímica do magma silicático ao longo da formação da intrusão acamadada.

ASSUNTO(S)

geologia magmatic deposit ni-co intrusão mafica-ultramafica acamada mafic-ultramafic intrusion bedridden depósito magmático ni-co

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