O caminho do retorno: envelhecer à maneira taoista

AUTOR(ES)
FONTE

Horizontes Antropológicos

DATA DE PUBLICAÇÃO

2010-12

RESUMO

Exploro, neste artigo, a concepção taoista de ciclo da vida humana da perspectiva de uma antropologia do corpo, que investiga não apenas representações sobre corpo, mas também práticas corporais como experiências corporificadas. De acordo com o taoismo, a velhice não necessita ser vivenciada como um período de decrepitude e adoecimento, pois uma premissa básica dessa tradição é a possibilidade de reversão do movimento que conduz à morte. Tal preocupação tradicional com a longevidade e a saúde conecta essas práticas taoistas, exóticas e relativamente desconhecidas no Brasil, com a obsessão contemporânea pelo prolongamento da juventude e pela perfeição corporal nas sociedades globalizadas. Ao mesmo tempo, a ressignificação corporificada contemporânea do taoismo pode ser lida como um contraponto aos corpos dos consumidores. A longevidade taoista é um efeito de sua arte da existência, implicada em um modo de vida completo, na contracorrente da aceleração vertiginosa do capitalismo tardio.

ASSUNTO(S)

ciclos de vida corporeidade estéticas da existência taoismo

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