O banco mundial e o desenvolvimento das microfinanças em países da periferia capitalista.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Esta tese discute a proposição do Banco Mundial de constituir um mercado orientado para as microfinanças como um dos elos entre o propósito de minorar a pobreza e um novo modelo de desenvolvimento. Tal problemática conforma-se como política sustentada nos princípios da justiça como eqüidade e na eleição do indivíduo como sujeito de crédito, em ambiente promovido pelo empreendedorismo competitivo. Ressalta-se, nesse sentido, que a constituição de um mercado microfinanceiro é parte do modelo que se vem procurando firmar a partir da administração da pobreza, seja pela filantropia seja pelo mercado, e resulta em negação do estatuto da cidadania, que propugna por direitos universais. Explicita-se, ainda, que o liberalismo social, que sustenta o discurso da instituição sobre a pobreza, deixa de considerar categorias como classe social, trabalho, exploração, contradição, desigualdades e propriedade privada, como questões que estão nas raízes da definição da pobreza no sistema capitalista. Percorre-se a trajetória seguida pelo Banco entre a crítica ao desenvolvimentismo e a tentativa de conceber um novo modelo de desenvolvimento que atenda as novas demandas de reprodução do capital. Nesse percurso, revela-se que o mercado microfinanceiro é construção partilhada, entre Organizações da Cooperação Internacional, articulada a partir dos Estados dos países centrais e Organizações Internacionais Privadas e que a oferta de serviços microfinanceiros cresce baseada nas orientações caracterizadas por procedimentos tipicamente comerciais.

ASSUNTO(S)

world bank economia desenvolvimento microfinanças micro microcrédito financing banco mundial development microcredit

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