O arquétipo do pai na cultura patriarcal: um estudo sobre a relação pai-filho e seus reflexos na subjetividade do homem atual

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1998

RESUMO

O presente estudo tem como finalidade uma discussão da identidade masculina intrinsecamente associada à concepção de paternidade. Através da constelação do arquétipo do Pai na cultura patriarcal, o autor estuda a relação pai-filho e seus reflexos na identidade masculina do homem atual. Para a realização desse trabalho, inicialmente alguns aspectos históricos, mitológicos, sociais e políticos são levantados, ressaltando a instauração do patriarcado e as conseqüências advindas dessa revolução na subjetividade de ambos os gêneros. Adota-se uma abordagem junguiana e recorre-se às considerações teóricas de Carlos Byington sobre o desenvolvimento de uma Psicologia estrutural-evolutiva ou simbólica. Ao focalizar a relação pai-filho e a estruturação da identidade masculina, utilizam-se os conceitos de dinamismos estruturantes da psique (matriarcal, patriarcal e alteridade e cósmico) para se obter uma melhor compreensão da saída do menino do universo matemo para o seu ingresso no universo paterno. Cobre-se o percurso do desenvolvimento da psique masculina na relação que estabelece com seus complexos parentais e, para ampliar a reflexão, retomamos os ritos de passagem de algumas sociedades primitivas e seu significado para o menino, bem como o modo como esses ritos operam em nossos dias. A História da cultura ocidental propiciou a constelação do arquétipo do Pai e o exercício da paternidade de forma bastante rígida e dogmática. A partir das recentes mudanças sociais, políticas e econômicas, do crescente espaço e poder adquiridos pela mulher nas últimas três décadas e das transformações decorrentes nas ideologias familiares, evidencia-se a relatividade da eficácia das estruturas patriarcais nessa virada de século. O presente estudo pretende rastrear a necessidade do resgate de aspectos anímicos na subjetividade masculina, acreditando que a consideração da anima na psique do homem deverá conduzi-lo a um processo de individuação, no qual a consciência patriarcal cede espaço para a consciência de alteridade. Vislumbram-se grandes modificações para as próximas gerações no que diz respeito a uma identidade masculina menos polarizada, pressupondo relações mais democráticas entre o casal e seus filhos. Dessa forma, os resultados obtidos frente ao avanço do exercício de uma paternidade mais ampliada na família deverá propiciar ao filho uma relação mais íntima com o pai, facilitando para o menino a busca confiante da conquista de sua identidade masculina

ASSUNTO(S)

subjetividade psicologia paternidade relacoes pai-filho identidade masculina dinamismos parentais

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