O analista como testemunha

AUTOR(ES)
FONTE

Psicol. USP

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-04

RESUMO

Resumo A proposta deste artigo é pensar o lugar da testemunha como um lugar terceiro que o analista, na clínica do traumático, é capaz de sustentar. Nos sonhos traumáticos, segundo Ferenczi, já existe a convocação de um terceiro. Não se trata da testemunha da esfera do Direito, tampouco do lugar do pai ou da Lei simbólica. Trata-se de um terceiro espaço que pode ser chamado de potencial, espaço intersticial, indeterminado e informe no qual circula - e aos poucos ganha forma -, algo que a princípio seria incomunicável. Esse espaço permite e suporta a literalidade da narrativa testemunhal, seus titubeios, paradoxos e silêncios. Mais do que uma teoria do trauma, a noção de espaço potencial seria a grande contribuição da psicanálise às pesquisas teóricas e clínicas com sobreviventes de campos de extermínio, de situações de tortura e de violência.

ASSUNTO(S)

trauma testemunha espaço potencial clínica psicanálise

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