O ácido ursodeoxicólico não interfere na colonização pelo Helicobacter pylori, in vivo

AUTOR(ES)
FONTE

Revista do Hospital das Clínicas

DATA DE PUBLICAÇÃO

2000-12

RESUMO

Tem sido relatada uma baixa freqüência da infecção pelo Helicobacter pylori na mucosa gástrica de pacientes portadores de gastrite alcalina. Ao mesmo tempo, foi observada inibição do crescimento da bactéria, in vitro, pelos ácidos biliares. Com o objetivo de avaliar o efeito do ácido ursodeoxicólico sobre a colonização da mucosa gástrica por este microorganismo foram estudados 40 pacientes com gastrite crônica relacionada ao Helicobacter pylori. O diagnóstico da infecção e do processo inflamatório foi realizado por estudo histológico de biópsias gástricas coletadas durante a endoscopia. Foram estudados dois grupos: o grupo I recebeu ácido ursodeoxicólico -- 300mg/dia, e o grupo II placebo, duas vezes por dia, por 28 dias. A colonização pela bactéria e a intensidade do infiltrado inflamatório mono e polimorfonuclear foram quantificados antes (tempo 1) e depois (tempo 2) do tratamento. O ácido ursodeoxicólico não teve efeito sobre a infecção pelo Helicobacter pylori. Observou-se redução significante na intensidade do infiltrado inflamatório mononuclear na mucosa gástrica do antro nos pacientes do grupo I, tanto na comparação entre os tempos 1 e 2, quanto na comparação entre os dois grupos. Entretanto, isto não ocorreu na mucosa do corpo gástrico. Podemos concluir que o ácido ursodeoxicólico não tem ação na colonização pelo Helicobacter pylori ou na intensidade do infiltrado inflamatório polimorfonuclear, mas causou uma redução significante na intensidade do infiltrado inflamatório mononuclear na mucosa do antro gástrico.

ASSUNTO(S)

helicobacter pylori gastrite bactéria ursodeoxicólico endoscopia

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