O âbom alunoâ nas representaÃÃes sociais de professoras da rede municipal de ensino do Recife / O âbom alunoâ nas representaÃÃes sociais de professoras da rede municipal de ensino do Recife

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O objetivo desta pesquisa foi analisar as representaÃÃes sociais do âbom alunoâ construÃdas por professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental da Rede Municipal da cidade do Recife/PE. Partimos do pressuposto de que novas prÃticas sociais educacionais estariam interferindo nessas representaÃÃes. Auxiliaram-nos na leitura do nosso objeto de pesquisa autores como Freire (1988; 2006), LibÃneo (2006), Saviani (2005; 2005a) e Patto (1993). O referencial teÃrico-metodolÃgico da investigaÃÃo foi a Teoria das RepresentaÃÃes Sociais originada por Serge Moscovici e a Teoria do NÃcleo Central iniciada por Jean-Claude Abric. A metodologia adotada circunscreve-se na abordagem de natureza qualitativa. Segundo Abric, o conteÃdo das representaÃÃes sociais se estrutura internamente em um sistema central, de carÃter estÃvel, rÃgido e consensual e um perifÃrico, de carÃter mutÃvel, flexÃvel e individual. Por isso, a anÃlise das representaÃÃes sociais exige que sejam conhecidos seus trÃs componentes: conteÃdo, estrutura interna e nÃcleo central. Para conhecÃ-los realizamos dois estudos, sendo que o segundo foi desenvolvido em duas fases. Participaram do primeiro estudo duzentas professoras. Deste grupo foram selecionadas vinte para participar do segundo. No primeiro estudo utilizamos como procedimento de coleta a AssociaÃÃo Livre de Palavras e, para a anÃlise, o quadro de quatro casas com o auxÃlio do EVOC. Na primeira fase do segundo estudo, utilizamos como procedimento a entrevista semi-estruturada e tratamos o material com o suporte da AnÃlise de ConteÃdo Categorial. Na segunda fase, aplicamos um Teste do NÃcleo Central, cuja anÃlise se fez com o cÃlculo de freqÃÃncias e AnÃlise de ConteÃdo. Os nossos resultados mostraram que o conteÃdo das representaÃÃes sociais do âbom alunoâ das professoras sÃo mistas, porÃm a estrutura interna desse conteÃdo tem no elemento âinteressadoâ sua centralidade. Este componente determina a significaÃÃo e a organizaÃÃo dessas representaÃÃes. Os elementos perifÃricos respondem por uma extensa variabilidade de relacionamentos das participantes com o objeto, em funÃÃo principalmente das prÃticas concretas em que estÃo envolvidas. Depreendemos que na configuraÃÃo dessas representaÃÃes sociais elementos de origens diversas estÃo implicados. Por isso, constatamos o fenÃmeno de âpolifasia cognitivaâ, ou seja, um estado em que registros lÃgicos inseridos em modalidades diferentes de saber coexistem no mesmo grupo. Embora reconhecendo que para a construÃÃo das representaÃÃes sociais do âbom alunoâ concorreram saberes de origens diversas, confirmamos nosso pressuposto inicial, isto Ã, as mudanÃas ocorridas nas prÃticas educacionais nas quais as professoras estÃo imersas interferem na configuraÃÃo de suas representaÃÃes, entretanto, elas nÃo atingiram o nÃcleo central. Especulamos a possibilidade de estar ocorrendo uma transformaÃÃo progressiva nessas representaÃÃes, que ocorre quando as prÃticas novas nÃo sÃo totalmente contraditÃrias com o nÃcleo central. Embora cientes de que as representaÃÃes sociais do âbom alunoâ das docentes sÃo autÃnomas, os nossos resultados sinalizam, dentre outras coisas, que uma mudanÃa no sistema central dessas representaÃÃes seria possÃvel se as polÃticas pÃblicas educacionais e as prÃticas formadoras articulassem a teoria com o fazer e pensar pedagÃgico das professoras

ASSUNTO(S)

representaÃÃes sociais estudantes - aprendizagem good student educacao social representations professores de ensino fundamental â formaÃÃo teachers

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