Nutritional and bioactive exploration seeds of Ten Plant Species of Caatinga / ProspecÃÃo nutricional e bioativa de sementes de dez espÃcies vegetais da caatinga

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/04/2011

RESUMO

A Caatinga possui uma vegetaÃÃo heterogÃnea cuja biodiversidade taxonÃmica conta com mais de 2.000 espÃcies de plantas. Dentre essas, cerca de 220 pertencem à famÃlia das leguminosas com 80 espÃcies endÃmicas, Ãnicas desse bioma. Muitas sÃo usadas para diversas finalidades de forma indiscriminada, reduzindo consideravelmente a diversidade e o nÃmero de espÃcies antes mesmo do conhecimento de suas potencialidades. Estudos que possam agregar valor econÃmico e viabilizar o uso racional, sustentÃvel e a conservaÃÃo das mesmas, aliada à constante busca por novas fontes de proteÃnas vegetais para atender à demanda crescente da populaÃÃo, bem como a grande necessidade de descoberta de compostos naturais que auxiliem no combate aos patÃgenos humanos e de plantas, sÃo de extrema relevÃncia. Assim, o presente estudo objetivou avaliar o potencial nutricional e bioativo de sementes de dez espÃcies vegetais da Caatinga destacando a espÃcie mais promissora. Para tanto, dez espÃcies de leguminosas selvagens da Caatinga foram analisadas quanto a sua composiÃÃo nutricional, apresentando elevado percentual de proteÃna bruta (10,9  0,4 a 50,0  3,4 %), fibras (0,8  0,0 a 52,3 Â1,0 %) e energia (1.000 a 1.804 kJ/100g), com perfil de aminoÃcidos comparÃveis aos da soja, com maiores teores de lisina (1088 a 456 mg/gN) e histidina (199 a 918 mg/gN) e bom perfil de minerais por apreentar boas quantidades de (mg/100g de farinha) de todos eles, em especial, de ferro (3,8 a 20,2), cÃlcio (31 a 268), magnÃsio (102 a 244) e potÃssio (366 a 1.581). As sementes apresentaram baixas quantidades de lectinas (80 a 2.560 e 160 a 2.560 UH/gF, quando nÃo tratadas e tratadas com enzimas, respectivamente), inibidores de tripsina (4,1  0,4 a 27,4  0,2 gTI/mgF ), ureases (465  13 a 47.178  3.351 U/KgF) e atividade tÃxica, em apenas trÃs espÃcies, com DL50 variando de 0,72  0,03 a 1,12  0,04 g/Kg peso. Foi determinado um Ãndice de qualidade nutricional para todas as espÃcies, o qual apontou a espÃcie Piptadenia moniliformis Benth. (Catanduva) como detentora de melhor qualidade nutricional, sendo assim destacada e avaliada in vivo a qualidade das proteÃnas de suas sementes. Os processamentos tÃrmicos (fervura, cozimento em micro-ondas e autoclavagen) e o processo de extraÃÃo de -galactosÃdios nas sementes dessas espÃcies nÃo proporcionaram bom desempenho dos animais, tendo em vista a perda de peso apresentada. Melhoria nos parÃmetros nutricionais, como NPU e VB foi verificada apÃs a retirada de -galactosÃdios dessas sementes, sugerindo que a anÃlise de outros processamentos para o aproveitamento das proteÃnas de suas sementes, pode tornÃ-las uma fonte promissora. AlÃm do alto potencial nutricional, as dez espÃcies apresentam tambÃm potencial bioativo devido à presenÃa de metabÃlitos secundÃrios como alcalÃides, catequinas, calchonas, auronas, flavonÃis, fenÃis flavonas, xantonas, flavononÃis, saponinas e triterpenÃides. Possuem proteÃnas bioativas como proteases, quitinases (0,23  0,02 a 2,0  0,33 nKat/mgP), β-1,3-glucanases (0,01  0,0 a 0,8  0,01 nKat/mgP), alÃm de proteÃnas ativas contra microorganismos que tambÃm sÃo consideradas antinutricionais (lectinas, inibidores de tripsina, ureases e toxinas). A avaliaÃÃo dos extratos brutos (EB) das espÃcies mostrou que todas sÃo ativas contra larvas de Aedes aegipty com percentual de mortalidade variando de 13,33  0,54 a 100,00  0,00 %, exceto o EB de Caesalpinea bracteosa que foi ativo contra a cepa Bacillus subtilis e contra o fungo Fusarium oxysporum, juntamente como o EB de Dioclea megacarpa. A espÃcie Senna rugosa inibiu o crescimento das cepas Bacillus subtilis e Staphylococcus aureus. Os fungos fitopatogÃnicos Aspergilus niger e Colletotrichum truncatum foram inibidos pelos EBs de Piptadenia moniliformis e Enterolobium contortisiliquum, que alÃm destes, foi ativo frente a Neurospora sp. e Trichoderma viridae. A espÃcie P. moniliformis destacou-se por sua elevada atividade quitinÃsica (1,12  0,0 nKat/mgP) em adiÃÃo à atuaÃÃo contra modelos biolÃgicos susceptÃveis a essa enzima, tendo sido escolhida para sua purificaÃÃo. A fraÃÃo proteica purificada de P. moniliformis (PmFP) contÃm elevada atividade de quitinases e causou pequena reduÃÃo no crescimento das leveduras Saccharomyces cerevisiae e Candida tropicalis, bem como da bactÃria B. subtilis. Inibiu ainda, a eclosÃo de ovos de A. aegypti com CI50 de 204, 42  2,19 ÂgP/ml e alterou a estrutura dos ovos e morfologia das larvas de primeiro estÃdio. A investigaÃÃo do potencial nutricional e bioativo das espÃcies mostrou boa composiÃÃo de nutrientes, em especial de proteÃnas e confirmou a presenÃa de compostos bioativos de natureza proteica e de metabÃlitos secundÃrios, tornando-as promissoras fontes de nutrientes e compostos antimicrobianos e anti-inseticidas que podem ser utilizados biotecnologicamente para fins agrÃcolas e industriais

ASSUNTO(S)

bioquimica caatinga leguminosas leguminosas selvagens piptadenia moniliformis valor nutricional proteÃnas bioativas antimicrobiano larvicida caatinga pulses wild legumes piptadenia moniliformi nutritional value bioactive proteins antimicrobial larvicidal caatinga plantas da caatinga leguminosa - agentes antibacterianos antimicÃticos lectinas

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