Novos marcos de dualismo educacional na sociedade contemporÃnea: o caso do Projovem Urbano Fortaleza / Nouveaux points de repÃres de dualisme Ãducatif dans la sociÃtà contemporaine: Le cas de la Projovem Urbain de Fortaleza

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/12/2010

RESUMO

Este estudo investiga a educaÃÃo da juventude trabalhadora que se efetiva no contexto societÃrio recente de nosso PaÃs. Privilegiou-se para essa anÃlise o Programa Nacional de InclusÃo de Jovens: EducaÃÃo, QualificaÃÃo Profissional e ParticipaÃÃo Cidadà â PROJOVEM Integrado, na modalidade Projovem Urbano Fortaleza, como uma polÃtica de governo destinada a elevar o nÃvel de escolarizaÃÃo dos jovens trabalhadores no Brasil. Destaca-se o fato de que o Projovem Integrado se desenvolve em meio Ãs atuais exigÃncias de contrataÃÃo da forÃa produtiva, que impÃe a elevaÃÃo do nÃvel de escolaridade e o conhecimento do trabalhador como condiÃÃo necessÃria à empregabilidade no estÃdio da acumulaÃÃo flexÃvel. Para tanto, delimitou-se como objetivo geral investigar as implicaÃÃes, objetivas e subjetivas, desse modelo de escolarizaÃÃo para a juventude trabalhadora, nos aspectos sociais, profissionais e culturais. A opÃÃo pelo referencial teÃrico marxista conduziu aos escritos de Gramsci (1998; 2004), uma vez que referido teÃrico propÃe uma educaÃÃo que privilegia o atendimento das necessidades das massas, numa possibilidade de superaÃÃo da sociedade de classes. Assim, justifica-se a opÃÃo pela decisÃo de se reportar tambÃm à leitura de outros teÃricos (Saviani, 2005; Coutinho (2005), Willis (1991), Ciavatta (2006), dentre outros) que discutem as contradiÃÃes inerentes ao modelo de organizaÃÃo social capitalista. A investigaÃÃo em foco constitui estudo do tipo bibliogrÃfico e documental (leis e decretos que regulamentam o referido programa), aliado a um momento empÃrico (pesquisa de campo), no qual ocorreram entrevistas com os jovens, conversas informais com os professores e observaÃÃo da dinÃmica das aulas. Conforme se observou, parece estar em jogo uma situaÃÃo clara que procura atribuir ao jovem a responsabilidade de interferir nas mazelas sociais, creditando nestes a possibilidade de serem protagonistas de suas aÃÃes. Destaca-se, portanto, ser a convocaÃÃo juvenil para aÃÃes de solidariedade, voluntariado e cidadania de viÃs liberal, a tÃnica mais forte presente no cotidiano do Projovem, conforme evidenciado nas leis que regulamentam referida proposta de ensino, nos manuais, nos discursos dos profissionais e nas orientaÃÃes mais gerais que norteiam as prÃticas pedagÃgicas e outras aÃÃes didÃtico-pedagÃgicas ali implementadas. Pode-se inferir que tal aspecto faz parte do projeto polÃtico-ideolÃgico do neoliberalismo, que mitiga as contradiÃÃes sociais, desresponsabiliza o Estado no atendimento aos problemas atuais, transferindo responsabilidades do Poder PÃblico para a sociedade, culpabilizando os indivÃduos pelo nÃo-sucesso profissional e/ou social. Evidencia-se, portanto, uma formaÃÃo humana e qualificaÃÃo profissional, aligeiradas e superficiais, que perpetuam o histÃrico dualismo educacional, conformando uma escola de cultura geral para as classes dirigentes e uma escola do trabalho alienado, para os jovens das classes populares, filhos dos trabalhadores. Em suma, cabe realÃar as implicaÃÃes de um modelo de escola pensado e executado com base em interesses antagÃnicos, que nÃo favorece o desenvolvimento pleno da capacidade intelectual da juventude trabalhadora na sociabilidade do capital.

ASSUNTO(S)

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