Novos biomarcadores para o diagnóstico não invasivo do carcinoma oral de células escamosas
AUTOR(ES)
Paula Cristina Batista de Faria
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
CAPÍTULO I: A detecção precoce do carcinoma oral de céulas escamosas (OSCC) é fator importante na diminuição das taxas de mortalidade e o sucesso do tratamento relaciona-se diretamente com seu diagnóstico em fases iniciais. Contudo, infelizmente, a maioria dos carcinomas orais é diagnosticada em fases tardias da doença. No presente trabalho, pela primeira vez, é descrito um fragmento scFv, selecionado por Phage Display contra proteínas totais salivares, que reconhece efetivamente antígenos com potencial diagnóstico para a detecção precoce do câncer oral. A análise de reatividade por meio do teste imunoenzimático ELISA em 30 amostras de saliva de pacientes com OSCC e 30 indivíduos saudáveis, mostrou que o scFv D09 reconhece antígenos presentes na saliva tumoral (p<0.0001). O teste diagnóstico apresentou elevado poder discriminativo, avaliado estatisticamente pela curva ROC (AUC=0.97), além de 100% de especificidade. Ensaios de imunohistoquímca mostraram que o anticorpo seleciondo também apresenta afinidade por estruturas teciduais características de carcinomas orais bem diferenciados, como, por exemplo, pérolas de queratina. A análise proteômica bidimensional revelou que o scFv D09 reconhece 2 spots nas amostras de saliva (~50 kDa; pI 5.75 e 5.86) e apenas um nas amostras de tecido (~28 kDa and pI 4.68). A caracterização final das sequências peptídicas está em andamento por meio de espectrometria de massas. Esses dados, embora preliminares, alteram significativamente o diagnóstico do câncer oral, pois fornecem fortes evidências de que a saliva representa uma poderosa ferramenta clínica para sua detecção precoce, por meio de um método diagnóstico de baixo custo, minimamente invasivo e altamente sensível. CAPÍTULO II: Vários estudos têm descrito a anexinaA1 (ANXA1) como uma proteína ativa no processo de tumorigênese em muitos órgãos. Contudo, o seu papel como biomarcador tem sido, principalmente, avaliado em amostras de tecido por imuno-histoquímica ou cultura celular. Na presente investigação, amostras de sangue periférico de 27 pacientes com carcinoma oral de células escamosas (OSCC) e 25 voluntários saudáveis foram examinadas por meio da técnica de RT-PCR em tempo real quantitativa. Foram observados menores níveis de expressão dos transcritos nos pacientes com OSCC (p=0.026). Níveis significativamente menores de RNA mensageiro foram correlacionados à idade, sexo e também ao sítio anatômico das lesões tumorais. Ademais, análises estatísticas por meio de curvas ROC revelaram que a análise da expressão da ANXA1 é adequada para discriminar pacientes com lesões dentro da cavidade oral, especialmente aqueles do sexo feminino e/ou com 60 anos de idade ou mais. Pela primeira vez foi demonstrado o potencial da ANXA1 como biomarcador sanguíneo e propõe-se a sua adoção como teste diagnóstico complementar não-invasivo. Esses dados sugerem que, além da sua função antiinflamatória, a anexina A1 pode ainda desempenhar um papel supressor de tumor em células do sangue periférico, tais como os leucócitos.
ASSUNTO(S)
boca - doenças - diagnóstico oral squamous cell carcinoma annexin a1 carcinoma oral de células escamosas boca - câncer real-time pcr fragmentos de anticorpos scfv biomarcador sanguíneo genetica blood biomarker oral squamous cell carcinoma pcr em tempo real saliva scfv antibody fragments phage display anexina a1
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufu.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2900Documentos Relacionados
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