Novo modelo experimental de indução de cistite intersticial por estresse oxidativo usando instilação intravesical de solução polimerica contendo o doador de oxido nitrico S-nitrosoglutationa / A new experimental model for inducing intgertitial cystitis by oxidative stress using bladder instilation of a nitric oxide donor gel
AUTOR(ES)
Thais Figueiredo Palma
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
Introdução: A síndrome da bexiga dolorosa é uma condição crônica caracterizada por dor suprapúbica relacionada ao enchimento vesical, acompanhada por outros sintomas como urgência urinária, aumento de frequência urinária diurna e noctúria, na ausência de infecção urinária ou de outra doença comprovada. Em parte dos pacientes, a síndrome é atribuída ao processo inflamatório crônico inespecífico do interstício da camada muscular própria da bexiga, também denominada de cistite crônica intersticial (CI). Há relatos acerca da participação do óxido nítrico (NO) na fisiopatologia da CI. Dessa forma, o desenvolvimento de modelos de CI baseados na atividade pró-oxidante do NO poderá contribuir para a evolução do conhecimento acerca de novos métodos terapêuticos para essa condição. Objetivo: O objetivo desse estudo foi desenvolver um novo modelo experimental de indução de cistite intersticial através da instilação intravesical de solução doadora de óxido nítrico, a S-nitrosoglutationa - (GSNO) e compará-lo com um modelo já descrito na literatura, no qual a CI é induzida através da instilação de sulfato de protamina e cloreto de potássio (KCl). Material e Métodos: Foram utilizadas 40 ratas fêmeas (Wistar), divididas em quatro grupos: 1- Solução Salina + GSNO, 2 - Solução Salina + Solução Polimérica (veículo), 3 - Sulfato de Protamina + KCl, 4 - Sulfato de Protamina + GSNO. As ratas receberam uma aplicação (cinco animais) ou três aplicações (cinco animais) da substância correspondente a cada grupo por meio de instilação intravesical e, após seis dias (cinco animais) e nove dias (cinco animais), foram eutanasiados e suas bexigas foram extraídas para avaliação macroscópica e sob microscopia óptica. Resultados: Na avaliação macroscópica observou-se edema e hiperemia da mucosa em dois (22%) dos animais do grupo 1, em zero (0%) dos animais do grupo 2, em dez (100%) dos animais do grupo 3, e em cinco (50%) dos animais do grupo 4. No grupo 3 (Protamina + KCl) e no grupo 1 (Solução Salina + GSNO) observaram-se efeitos semelhantes no urotélio das ratas. Na análise microscópica, observou-se que os animais do Grupo 2 (solução salina + solução polimérica) apresentaram congestão vascular moderada nos dois momentos estudados, a qual foi significativamente menor que nos grupos 1, 3 e 4, após três instilações (p=0,0035). No grupo 3 (protamina +KCl) observou-se a congestão vascular de maior intensidade, sendo acentuada em 33,3% dos animais, nos dois momentos estudados. Em ambos os momentos estudados, a fibrose observada foi ausente ou de leve intensidade, em todos os grupos, sem diferenças significativas entre os grupos protamina e solução salina + GSNO. Observou-se fibrose significativamente maior nos Grupos 3 e 4 após nove dias (p = 0,0459), em relação aos animais controle (grupo 2). Todos os grupos apresentaram infiltrado neutrofílico, de intensidade variável, na avaliação realizada após seis dias, sem diferenças significantes (p=0,7277). Após nove dias, houve tendência de regressão do infiltrado neutrofílico, sem evidência de infiltrado acentuado em todos os grupos (p=0,2301). Após o estímulo inicial, observou-se tendência de regressão do edema ao longo do período de observação. Não foram identificadas diferenças significativas na evolução do edema entre os grupos em ambos os tempos estudados. Conclusão: O modelo proposto reproduziu de forma adequada os aspectos anatomopatológicos da cistite intersticial experimental. Considerando-se que parte das pacientes portadoras de cistite intersticial não apresenta sensibilidade a infusão intravesical de cloreto de potássio, o presente modelo poderá ser empregado para o estudo de novos alvos terapêuticos da cistite intersticial
ASSUNTO(S)
experimental model interstitial oxido nitrico nitric oxide cistite intersticial modelo experimental cystitis
ACESSO AO ARTIGO
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