Novo eletrodo para implante de marcapasso em fetos com bloqueio atrioventricular total

AUTOR(ES)
FONTE

Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003-10

RESUMO

OBJETIVO: O bloqueio atrioventricular total (BAVT) fetal apresenta mau prognóstico quando associado à hidropsia. O implante de marcapasso no feto a céu aberto pode desencadear o trabalho de parto prematuro e suas conseqüências. Por isso, desenvolvemos um novo eletrodo para implante de marcapasso em fetos, que evitaria a operação intra-uterina a céu aberto. MÉTODO: Um novo eletrodo em formato de "T" foi implantado no miocárdio de um feto com 25 semanas de gestação, BAVT (FC= 47 bpm), hidropsia e cardiopatia congênita associada. O procedimento foi realizado com ajuda de ultra-som, sendo o eletrodo veiculado através da ponta de uma agulha 18-G. Após o implante, o eletrodo foi conectado ao analisador de pulsos para avaliação dos limiares e, posteriormente, ao gerador de pulsos Biotronik Actros. RESULTADOS: A resistência foi de 357 ômega e a onda R foi de 6,4 mV. A curva do limiar de estimulação permaneceu relativamente constante para larguras de pulso acima de 0,6 mseg. O ecocardiograma no 1º P.O. revelou derrame pericárdico discreto. A freqüência cardíaca fetal permaneceu estável, com baixos limiares de estimulação e sem perda de comando. Não foram observadas contrações uterinas durante o pós-operatório. Entretanto, o feto foi a óbito 36 horas após o procedimento, provavelmente por tamponamento cardíaco. CONCLUSÕES: Este caso representa a primeira documentação de limiares agudos de estimulação de um feto humano que sobreviveu 36 horas ao implante de marcapasso intra-uterino. Este caso enfatiza que o implante de marcapasso fetal percutâneo é factível e pode minimizar as chances de trabalho de parto prematuro.

ASSUNTO(S)

procedimentos cirúrgicos cardíacos bloqueio cardíaco marcapasso artificial hidropsia fetal

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