NOVA PRÁTICA RECREATIVA ASSOCIADA À TRANSMISSÃO DE VERRUGAS VULGARES

AUTOR(ES)
FONTE

Rev Bras Med Esporte

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-08

RESUMO

RESUMO Introdução A “altinha”, variante do futebol de areia, bastante difundida nas praias cariocas, é uma atividade recreativa que adapta fundamentos do futebol de areia à prática em círculo, com a participação de vários jogadores, que usam principalmente os seguintes segmentos: pés, pernas, cabeça, joelhos e tronco. Por ser uma prática brasileira, a relação entre a “altinha” e infecções cutâneas é pouco descrita. Os autores relatam seis casos de pacientes diagnosticados com verruga vulgar, buscando correlacionar o desenvolvimento dessas lesões à prática da “altinha”. Caso Clínico Seis pacientes jovens adultos do Rio de Janeiro e praticantes da “altinha” em praias cariocas, com queixa de lesões verrucosas indolores foram avaliados. Ao exame, apresentavam pápulas normocrômicas, ceratóticas, fissuradas, que acometiam principalmente pés e pernas do membro dominante. Mediante anamnese direcionada e exame físico, o diagnóstico foi verruga vulgar. Os pacientes foram tratados com criocirurgia, e os resultados obtidos foram satisfatórios. Discussão O esporte e as condições externas da prática esportiva favorecem a transmissão do papilomavírus humano devido à exposição a fatores como umidade, sudorese e trauma, além do contato direto com a pele infectada de outros esportistas e com superfícies colonizadas. Os participantes praticam a “altinha” descalços e usam como equipamento uma bola de futebol, que é constantemente compartilhada pelos jogadores, o que leva a trauma tanto com a bola quanto com a areia. Além disso, a atividade exige esforço físico dos participantes, que gera sudorese, e eventual contato físico. Conclusão Com a prática cada vez mais frequente da “altinha” entre os frequentadores de praias, o dermatologista deve estar atento não só aos hábitos de proteção solar desses indivíduos, como também ao exame da pele em busca de dermatoses relacionadas, assim como alertar para o risco de infecção pelo papilomavírus humano nessa nova modalidade. Nível de Evidência IV; Série de casos .

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