Notificação da violência infanto-juvenil em Serviços de Emergência do Sistema Único de Saúde em Feira de Santana, Bahia, Brasil
AUTOR(ES)
Souza, Camila dos Santos, Costa, Maria Conceição Oliveira, Carvalho, Rosely Cabral de, Araújo, Tânia Maria de, Amaral, Magali Teresópolis Reis
FONTE
Rev. bras. epidemiol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-03
RESUMO
OBJETIVO: Analisar a atuação dos profissionais das unidades de emergência em saúde para notificação dos casos de violência infanto-juvenil, considerando características sociodemográficas, categoria profissional e dificuldades. MÉTODOS: Estudo transversal, com amostra casual simples (n=200), do universo de 523 profissionais de Feira de Santana, Bahia, distribuídos entre um hospital geral regional e seis policlínicas. Foram realizadas análises bivariadas e medidas de associação para determinar significância estatística. RESULTADOS: A maioria dos profissionais era do sexo feminino (82,5%), com idade entre 20 e 40 anos (75,5%), técnicos de enfermagem (52,5%) e enfermeiros (22,5%), sendo que 69,0% tinha contrato temporário de trabalho. A notificação foi registrada por 69,5% e 60,0% solicitaram parecer de outro profissional, 54,0% conversaram com familiares e 42,9% notificaram no Sistema de Vigilância a Acidentes e Violência (VIVA). Na categoria técnico de enfermagem foi verificada significância estatística para notificação aos setores de referência, com intervalo de confiança de 95% (IC95%) 1,28 - 2,09 e para o Sistema VIVA (IC95% 1,06 - 7,40). Na atuação dos médicos, o resultado significante foi não solicitar parecer a outro profissional (IC95% 1,02 - 3,51); não ter receio de envolvimento judicial (IC95% 1,19 - 4,06) e ter formação nessa área (IC95% 1,21 - 5,00). As principais dificuldades citadas foram omissão familiar (91,5%), receio de envolvimento com sistema judicial (63,5%) e falta de capacitação (47,0%). CONCLUSÃO: A maioria dos casos de violência atendidos nas unidades de emergência foi notificada, entretanto, menos de 50% dos profissionais não notificaram no Sistema VIVA, apontando necessidade de investimento institucional em apoio técnico e qualificação permanente. Ações direcionadas à notificação fortalecem instituições e responsabilizam o setor para atendimento e proteção às vítimas.
ASSUNTO(S)
violência sistemas de saúde emergências notificação de abuso criança adolescente
Documentos Relacionados
- Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes/VIVA e a notificação da violência infanto-juvenil, no Sistema Único de Saúde/SUS de Feira de Santana-Bahia, Brasil
- Violência Sexual Infanto-Juvenil em Natal: uma avaliação do Programa Sentinela
- Quando a violência infanto-juvenil indaga a pedagogia
- Mastite lactacional e a iniciativa Hospital Amigo da Criança, Feira de Santana, Bahia, Brasil
- Situação sociodemográfica e de saúde reprodutiva pré e pós-gestacional de adolescentes, Feira de Santana, Bahia, Brasil