Nossa experiência clínica e resultados no acompanhamento de casos de cisto hidático

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Anestesiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-04

RESUMO

Resumo Introdução e objetivos: Cisto hidático é uma zoonose causada por Echinococcus granulosus. O objetivo do estudo é apresentar as características clínicas dos pacientes submetidos a tratamento de cisto hidático, determinar as técnicas intervencionistas e os tipos de anestesia utilizados, e revisar as complicações ocorridas, em detalhe. Método: Este estudo incluiu 393 pacientes que foram acompanhados e/ou tratados com o diagnóstico de cisto hidático, entre janeiro de 2013 e novembro de 2018. Os dados dos pacientes foram avaliados retrospectivamente. Resultados: A idade média dos pacientes foi 31,0 ± 17,2 anos. Do total de pacientes, 111 (28,4%) tinham mais de um cisto, e 36 (9,2%) apresentavam comprometimento em vários órgãos. Seis pacientes recusaram a intervenção ou foram transferidos para outro hospital. Dentre os 387 pacientes remanescentes, 335 (85,2%) receberam anestesia geral e intubação, 9 (2,3%) anestesia geral e máscara laríngea, 39 (9,9%) sedação e analgesia, e 4 (1%) anestesia regional. Houve um óbito no período perioperatório. Reação alérgica foi a complicação perioperatória mais comum (1,5%), e no pós-operatório observou-se mais atelectasia (3,3%) e fístula biliar (3%). O tempo médio de internação na Unidade de Terapia Intensiva foi 1,9 ± 1,1 dias para aqueles que necessitaram desses cuidados. Recidiva durante o seguimento de 40 ± 17 meses ocorreu em 8,4% dos pacientes. Conclusões: Os anestesiologistas têm um papel importante no tratamento dos pacientes com cisto hidático. Os pacientes devem ser avaliados exaustivamente em relação a comprometimento de vários órgãos e presença de mais de um cisto no mesmo órgão. O tipo de procedimento terapêutico e a localização dos cistos determinam a conduta anestésica.

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