NMR and chemometrics on honeys and aguardentes analysis / Utilização da RMN aliada a métodos quimiométricos na análise de méis e aguardentes

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A apicultura no Brasil tem-se expandido muito nos últimos anos, tornando este país um dos maiores exportadores mundiais de mel. A cadeia produtiva de aguardente também encontra-se em expansão, firmando esta bebida como um importante produto do agronegócio brasileiro. Por isto, o controle de qualidade destes produtos é indispensável. O presente trabalho descreve o uso da técnica SNIF-NMR e de métodos quimiométricos aplicados aos dados de RMN de 1H objetivando-se verificar as diferenças químicas relacionadas à autenticidade das amostras. Utilizando-se a técnica SNIF-NMR, observou-se que a relação isotópica da metila do etanol (2H/1H)I refletiu a origem biossintética dos carboidratos produzidos pelas plantas (mecanismos C3, C4 ou CAM usados na fixação do CO2). Na análise dos méis, houve uma boa diferenciação entre aqueles produzidos a partir de plantas C3 (eucalipto, laranjeira, assa-peixe, jataí e silvestres), com valores de (2H/1H)I próximos a 100 ppm (partes por milhão) e os obtidos de plantas C4 (canade- açúcar), com valores aproximadamente 12 ppm maiores. Algumas amostras comerciais apresentaram valores próximos aos dos méis de cana-de-açúcar. Na análise das aguardentes observou-se também uma discriminação em torno de 12 ppm entre aquelas originadas das plantas C3 (uva, banana e mandioca) e C4 (canade- açúcar e milho). As aguardentes obtidas de plantas CAM (abacaxi) apresentaram valores intermediários. As de mel mostraram-se similares às de plantas C3, enquanto que as comerciais de coco, banana, pêssego e abacaxi (plantas C3) apresentaram valores próximos àqueles obtidos para as de cana-de-açúcar. A aplicação da quimiometria aos espectros de RMN de 1H distinguiu os méis de eucalipto, de laranjeira e silvestres produzidos no estado de São Paulo. Aqueles com comportamento anômalo também discriminaram-se, mostrando sinais de ácido cítrico e HMF. Os métodos de classificação KNN, SIMCA e PLS-DA forneceram bons resultados na atribuição da classe dos méis comerciais. Os méis das diferentes regiões brasileiras não puderam ser discriminados, pois mostraram-se semelhantes. Já aqueles adulterados e de diferentes tipos foram discriminados. Na análise dos espectros de RMN de 1H das aguardentes os diferentes tipos foram separados. As aguardentes de cana-de-açúcar com limão e de mandioca discriminaram-se. Os espectros de 1H das aguardentes adulteradas de banana, coco, pêssego e abacaxi são semelhantes, sugerindo que foram produzidas usando a mesma matéria-prima.

ASSUNTO(S)

quimiometria mel de abelha ressonância magnética nuclear aguardente quimica

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