Niveis de zinco plasmatico e leucocitario em adolescentes com hepatite auto-imune / Plasma and leukocyte zinc levels in adolescents with autoimmune hepatitis

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A deficiência de zinco em crianças ou adolescentes acarreta danos ao crescimento, desenvolvimento e ao sistema imune dos indivíduos. Essa deficiência ainda não foi investigada em pacientes com hepatite auto-imune que apresentam comprometimento hepático e utilizam medicamentos que podem causar a deficiência de vitaminas e minerais no organismo. Esta pesquisa teve por finalidade verificar a existência de deficiência de zinco plasmático e/ou leucocitário em adolescentes com hepatite auto-imune. Para isso, participaram do estudo 23 pacientes com hepatite auto-imune entre 10 e 18 anos atendidos no Ambulatório de Hepatologia Pediátrica do Hospital de Clínicas da Unicamp e 23 adolescentes com idade pareada com os pacientes formaram o grupo controle. Foi coletado sangue dos indivíduos dos dois grupos em quantidade suficiente para preencher dois tubos de heparina para a dosagem de zinco leucocitário e um tubo de EDTA para a análise de glutationa reduzida eritrocitária. O zinco plasmático foi analisado pelo HC/Unicamp como exame de rotina. Foi avaliado nos grupos o estado nutricional por meio da aferição de dados antropométricos como peso, altura, circunferência do braço, prega cutânea tricipital e subescapular. Somente no grupo de pacientes também foi realizado o exame de bioimpedância elétrica com aparelho que fornecia dados de resistência e reactância que foram utilizados em cálculos por equações preditivas para estimar a gordura corporal dos pacientes. A ingestão alimentar dos pacientes e do grupo controle foi avaliada pelo preenchimento, pelos próprios adolescentes, de três dias de diário alimentar. Os testes estatísticos empregados foram o de Mann Whitney, correlação de Spearman e análise de concordância interclasses. O nível de significância adotado foi de 5%. A média de zinco plasmático nos pacientes foi de 71.91±11.79 µg/dl e no grupo controle foi de 80.74±10.92 µg/dl, essa diferença foi significante (p=0.04). O nível de zinco leucocitário nos pacientes foi igual a 222.33±166.13 pmol/106 células e no grupo controle foi de 226.64±217.81 pmol/106 células, não ocorrendo diferença estatisticamente significante entre esses (p=0.45). A análise de glutationa mostrou média de 57.34±25.95 mg/dl nos pacientes e de 52.55±23.08 mg/dl no grupo controle, sem diferença estatística (p=0.50). A avaliação do estado nutricional mostrou que a eutrofia é prevalente nos pacientes e estes possuem maior valor de gordura corporal que o grupo controle com diferença significativa. A ingestão alimentar média de zinco (mg/dia) foi de 9.40±3.60 nos pacientes e de 10.94±4.32 no grupo controle, sendo que esta diferença não foi significante (p=0.16). Em comparação com as recomendações nutricionais, a ingestão de zinco e macronutrientes apresenta alta probabilidade de adequação tanto nos pacientes como no grupo controle. Entretanto, a proteína foi o único nutriente estudado que apresentou ingestão significantemente menor nos pacientes quando comparada ao grupo controle, mas ainda dentro do ideal. Conclui-se que os pacientes com hepatite auto-imune apresentam deficiência de zinco plasmático; não apresentam deficiência de zinco leucocitário; possuem ingestão alimentar adequada em relação à Zn, carboidratos, proteínas e lipídeos; não estão em estresse oxidativo e apresentam estado nutricional prevalente de eutrofia com tendência à obesidade.

ASSUNTO(S)

adolescentes zinc glutatione autoimmune hepatitis biomarcadores hepatite auto-imune glutationa biomarkers adolescents zinco

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