Nietzsche asceta / Ascetic Nietzsche

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

O ascetismo ficou conhecido pelos esforços dos metafísicos para alcançar seus objetivos espirituais. Nietzsche dedicou, em especial, uma crítica aos ideais ascéticos na III Dissertação de A Genealogia da Moral, porque a ascese tomara a vida transcendente como referencial de todos os valores para além desta vida, que é imanente. Uma moral ascética metafísica reforçava o dualismo esta vida outra vida que Nietzsche combatia e que afirmava ter-se estabelecido filosoficamente com Platão, enquanto moral contranatureza. Assim, indo à origem da cultura ocidental, Nietzsche propõe que uma ascese com base na transcendência, no imutável, na verdade, seja revista a partir de uma perspectiva da vida, desta vida, fluir constante, com lugar somente para a mudança, para aparências. Trata-se, enfim, daquilo que, no filósofo seguidor de Dionísio, não é outra coisa senão uma vida dionisíaca, um baile de forças que se organizam e se desorganizam constantemente em centros de vontades de poder, originando tudo o que existe, ou, em outras palavras, tudo o que aparece e tudo o que desaparece naquilo que, normalmente, é denominado realidade. Portanto, alguém que deseja estar além do que seja o comum na contemporaneidade só poderia exigir de si o máximo de auto-superação, de um domínio de si mesmo, para se realizar em uma espiritualização dos instintos no lugar da castração que os valores transcendentes têm proposto para o corpo como vida. Este alguém se configura em Nietzsche asceta que, aqui, é apresentado como asceta dionisíaco contra o ideal ascético

ASSUNTO(S)

ascetismo dionisíaco dionysian nietzsche, friedrich wilhelm, 1844-1900 - crítica e interpretação nietzsche filosofia asceta ascetic

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