Nietzsche: a doutrina da vontade de potÃncia como superaÃÃo do mecanicismo / Nietzsche: the doctrine of the will to power as overcoming of the mechanicism

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/07/2011

RESUMO

As incessantes crÃticas de Nietzsche ao mecanicismo (Mechanistik) presentes em seus Ãltimos escritos evidenciam a importÃncia da refutaÃÃo do pensamento mecanicista. O objetivo da presente dissertaÃÃo à propor, apÃs a investigaÃÃo das crÃticas nietzschianas ao mecanicismo, a vontade de potÃncia [Wille zur Macht] como uma concepÃÃo de mundo e de vida capaz de superÃ-lo. Ao criticar o mecanicismo, o filÃsofo alemÃo procura superar suas vÃrias facetas impondo a doutrina da vontade de potÃncia como dominante. Nietzsche nÃo ataca o mecanicismo partindo de um Ãnico ponto de vista, porÃm, em mÃltiplas perspectivas, denuncia-o como teoria que reduz o vir-a-ser à lÃgica; como ciÃncia dogmÃtica; como teoria teleolÃgica e utilitarista; e como forma particular de metafÃsica e de cristianismo. A partir da luta dinÃmica entre os impulsos e da tendÃncia de crescimento de intensidade, Nietzsche pretende fornecer uma interpretaÃÃo dos processos que nÃo apenas ultrapasse as explicaÃÃes presentes nas teorias mecanicistas, mas, sobretudo, que afirme a vida enquanto luta e superaÃÃo contÃnua. Essa nova postura de mundo, pensada como superaÃÃo do mecanicismo, emerge de uma HomogeneitÃt da efetividade (Wirklichkeit) em que todo acontecimento à explicado em termos de vontade de potÃncia: nÃo hà quaisquer dicotomias metafÃsicas presentes no mundo, nÃo possui nenhuma teleologia, nÃo foi criado por um deus. O mundo à mudanÃa ou movimento por toda parte, sem inÃcio nem fim, e retorna eternamente. A vida ou o corpo deixa de ser pensada como matÃria organizada e passa a ser um campo de batalha entre vÃrias forÃas ou impulsos que lutam entre si por mais potÃncia, em um processo contÃnuo de superaÃÃo de resistÃncias. Nesse confronto entre mecanicismo e vontade de potÃncia, Nietzsche precisa da vida como critÃrio para estabelecer a superioridade de sua teoria. à a partir de uma anÃlise psicofisiolÃgica da vida que as diferenÃas podem ser estabelecidas: por meio da investigaÃÃo do sintoma presente em toda valoraÃÃo, institui-se uma hierarquia (Rangordnung) entre tipos de vida. O resultado dessa anÃlise pode denunciar o mecanicismo como sintoma de decadÃncia fisiolÃgica, ou seja, como teoria que nega o carÃter dinÃmico e perspectivista da vida. Concebendo que as teorias mecanicistas estÃo enraizadas em preconceitos morais e metafÃsicos, o filÃsofo considera o mecanicismo uma teoria inferior e apresenta a vontade de potÃncia como superior. Ao contrÃrio do mecanicismo, a vontade de potÃncia afirma a vida como superaÃÃo contÃnua, e, portanto, Nietzsche a considera uma interpretaÃÃo superior, apresentando-a como uma nova alternativa explicativa da existÃncia.

ASSUNTO(S)

superaÃÃo mecanicismo vontade de potÃncia hierarquia luta overcoming mechanicism will to power hierarchy, struggle filosofia filosofia alemà vontade (filosofia) valores (filosofia) niilismo (filosofia) poder (filosofia) nietzsche, friedrich wilhelm, 1844-1900 - crÃtica e interpretaÃÃo

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