Necrose e perfuração gástrica como complicação de esplenectomia. Relato de caso e referências relacionadas

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Gastroenterologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2000-10

RESUMO

A necrose do estômago após a esplenectomia isolada com formação de fístula gastrocutânea é evento raro que ocorre em menos de 1% das esplenectomias, sendo mais comum quando a retirada do baço é feita por doenças hematológicas. Seus índices de mortalidade atingem 60% e sua patogênese gera controvérsias, podendo ser atribuída tanto ao trauma direto sobre a parede gástrica, quanto a fenômenos isquêmicos. Apesar do estômago exibir exuberante irrigação sangüínea arterial, variações anatômicas podem predispor ao surgimento de áreas potencialmente isquêmicas, especialmente após a ligadura dos vasos curtos ao longo da grande curvatura gástrica. Uma vez diagnosticada no pós-operatório imediato, a reoperação se impõe, estando o procedimento cirúrgico na dependência das condições da cavidade peritonial e do enfermo. O objetivo deste estudo é relatar o caso de uma doente que, após ter sido submetida a esplenectomia por traumatismo abdominal fechado, apresentou no pós-operatório, peritonite e fístula gástrica percutânea. Durante a reoperação, identificou-se perfuração em peritônio livre da parede gástrica anterior onde havia sinais de sofrimento vascular. A lesão foi suturada após reavivamento de suas bordas e a enferma teve boa evolução. Somente o diagnóstico precoce e o tratamento imediato desta inusitada complicação poderão diminuir sua alta taxa de mortalidade.

ASSUNTO(S)

ruptura gástrica esplenectomia necrose traumatismos abdominais

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