Natureza e evolução dos fluidos hidrotermais nos depositos de fluorita filonar do batolito Cerro Aspero, Provincia de Cordoba, Argentina

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

Os depósitos de fluorita filonar, no setor sul das Sierras Pampeanas de Córdoba, Argentina, ocorrem em rochas cálcio alcalinas, de idade Devoniana, constituídas principalmente por biotita monzogranito porfiriticos que compõem o batólito Cerro Aspero. Os veios de fluorita são de idade Cretácea e encontram-se controlados por sistemas de falhas transcorrentes, subverticais. Além da fluorita, estes veios também estão compostos por calcedônia, localmente pirita e, eventualmente, coffinita e pitchblenda. Os veios mostram texturas típicas de preenchimento de espaços abertos (bandamento, crustificação, brechamento, geodos, etc) e estão intimamente relacionados com intensa silicificação e argilitização das rochas granítícas hospedeiras. Três sucessivos estágios de mineralização foram distinguidos por evidências de campo, attavés da cronologia relativa de deposição de fluorita, dados de ETR e inclusões fluídas em fluorita. Estes estágios mostram geralmente padrões de ETR pouco fracionados (La/Yb= 1.4 - 14), notando-se que a distribuição dos ETR na fluorita é principalmente governada pelo fracionamento dos ETR leves. Sugere-se que a composição em ETR do fluído hidrotermal e, conseqüentemente, da fluorita, foram amplamente controlados pela diferente mobilidade dos ETR leves a depender do tipo de alteração hidrotermal. Enquanto uma lixiviação preferencial de ETR pesadas sobre ETR leves ocorreu durante a alteração silícica e argílica, nesta última, os ETR leves praticamente não foram removidos. As temperaturas de homogeneização total de inclusões fluidas aquosas, primárias, ocorreram invariavelmente na fase liquida entre 187°C e 104°C, com concentrações de valores em tomo de 160°C, 136°C e 116°C (estágios 1, 11 e III, respectivamente), definindo uma marcante tendência de resfriamento da solução. Este resfriamento está associado com importantes variações na fOz do fluido, de oxidante a redutor, inferido a partir da relação Eu/Eu* e da assembléia mineral (pirita, pitchblenda e coffmita). As inclusões aquosas nestes três estágios de deposição de fluorita mostram temperaturas de fusão do gelo no intervalo entre -O,3°C - +0,4°C, indicando que o fluido mineralizante sempre manteve uma salinidade muito baixa, próxima a água pura. Não foram encontradas evidencias de ebulição nem mistura de fluidos. Os dados de inclusões fluidas sugerem que os três estágios de mineralização propostos foram o resultado de um único e progressivo evento hidrotermal e suportam um reservatório único e uniforme para as soluções mineralizantes, provavelmente de águas meteóricas aquecidas e não de fluidos gerados em zonas mais profundas da crosta.

ASSUNTO(S)

espato fluor terras raras - argentina alteração hidrotermal

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