Nascimento pré-termo e restrição de crescimento fetal em gestantes brasileiras infectadas pelo HIV
AUTOR(ES)
DOS REIS, Helena Lucia Barroso, ARAUJO, Karina da Silva, RIBEIRO, Lilian Paula, DA ROCHA, Daniel Ribeiro, ROSATO, Drielli Petri, PASSOS, Mauro Romero Leal, MERÇON DE VARGAS, Paulo Roberto
FONTE
Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-04
RESUMO
Introdução: A infecção materna pelo HIV e comorbidades associadas podem ter duas consequências para a saúde fetal, a transmissão vertical e o desfecho perinatal adverso. Após o sucesso em reduzir a transmissão vertical, deve-se dar atenção ao risco potencial de nascimento pretermo (PRT) e de restrição de crescimento fetal (RCF). Objetivo: Determinar a prevalência de PRT e RCF em gestantes de baixa renda, infectadas pelo HIV, usuárias de terapia antirretroviral atendidas em hospital público terciário e verificar sua relação com o estágio da infecção viral. Casuística e métodos: Dentre os 250 partos de gestantes infectadas pelo HIV, ocorridos em um hospital universitário na cidade de Vitória, estado do Espírito Santo, Sudeste do Brasil, entre novembro de 2001 e maio de 2012, foram selecionadas 74 gestações não-gemelares, com idade gestacional confirmada por ultrassonografia e as dimensões neonatais: peso ao nascer (PN), comprimento (CN) e perímetros cefálico (PC) e abdominal (PA). Os dados foram extraídos dos prontuários clínicos e laboratoriais e o desfecho sumarizado como nascimento pretermo (PRT < 37 semanas), baixo peso ao nascer (BPN < 2500g) e como pequeno (PIG), adequado (AIG) e grande (GIG) para a IG, definido como tendo um menor valor, entre e maior que ± 1.28 z/IG escore, o critério clínico usual para demarcar os percentis 10 e 90. Resultados: PRT foi observado em 17,5%, BPN em 20,2% e PN, CN, PC e PA PIG em 16,2%, 19,1%, 13,8% e 17,4%, respectivamente. As respectivas proporções observadas nos casos de HIV e AIDS foram: PRT: 5,9 versus 27,5%, BPN: 14,7% versus 25,0%, PFN PIG: 17,6% versus 15,0%, CN: 6,0% versus 30,0%, PC: 9,0% versus 17,9% e PA: 13,3% versus 21,2%; somente a diferença de CN PIG foi estatisticamente significativa. Dentre 15 neonatos com BPN, oito (53,3%) eram somente PRT, quatro (26,7%) PIG somente e três (20,0%) PRT e PIG. Concomitância no mesmo caso de pelo menos duas dimensões PIG foi observada frequentemente. Conclusão: A proporção de baixo peso ao nascer foi maior que a prevalência local e brasileira e foi observada uma tendência para maior proporção de dimensões fetais PIG que a distribuição populacional esperada nesta pequena casuística de filhos de gestantes infectadas pelo HIV, usuárias de antirretrovirais, de baixa renda e assistidas em hospital público terciário. Observou-se também tendência para maior prevalência de PTR, BPN e dimensões fetais PIG em recém-nascidos de mães com AIDS comparados com os de mães infectadas por HIV sem AIDS.
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