NARRATIVAS E IDENTIDADES HÍBRIDAS DE IMIGRANTES: ANÁLISE DE NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS ESCRITAS POR ESTUDANTES IMIGRANTES NA GRÉCIA

AUTOR(ES)
FONTE

Trab. linguist. apl.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-09

RESUMO

RESUMO Como um dos principais meios para a construção da identidade (ver DE FINA, 2015), a narrativa foi recentemente examinada em relação aos movimentos de imigrantes e refugiados. Tendo à nossa disposição narrativas autobiográficas eliciadas e escritas de estudantes imigrantes que vivem na Grécia, investigamos as identidades que aí constroem. Nossa amostra consiste em 118 ensaios coletados em 8 liceus diferentes situados em diferentes partes do Peloponeso, Grécia. Os alunos que escreveram as redações eram imigrantes bilíngues de várias origens (principalmente da Albânia). O quadro teórico mais amplo de nosso estudo é o da Análise Crítica do Discurso. Uma das questões de pesquisa mais importantes dentro da Análise Crítica do Discurso diz respeito à investigação da relação entre o nível macro dos discursos dominantes e os posicionamentos do nível micro do indivíduo (no presente caso, narrativa) em relação aos discursos dominantes (ver VAN DIJK, 2008). Para a análise dos posicionamentos narrativos dos alunos imigrantes, utilizamos o modelo dos três dilemas proposto por Bamberg (2011) em combinação com o conceito de ameaça facial (BROWN e LEVINSON, 1987). A análise mostra que a decisão de alguns estudantes imigrantes de revelar a sua vitimização devido a comportamentos racistas por parte de pessoas maioritárias, constitui uma ameaça à face coletiva da maioria. Apoiamos a afirmação de que esses alunos imigrantes se posicionam de forma complexa em relação ao discurso nacional, xenófobo e homogeneizante, projetando-se como vítimas e vitimizadores simultaneamente, construindo assim identidades híbridas de resistência.

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