Multiplicações, em condições experimentais, caracterização físicoquímica e nutricional do mel, produtividade de mel e pólen e indução da produção in vitro de rainhas de Scaptotrigona xanthotricha Moure, 1950 (HYMENOPTERA: APIDAE : MELIPONINA) na Amazônia

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/04/2010

RESUMO

A Amazônia representa um grande bioma com uma diversidade e abundância de fauna e flora, ainda desconhecida da ciência. Para contribuir com informações sobre os meliponíneos da região, investiu-se esforços para aquisição da abelha-canudo ou jandaíra pequena (Scaptotrigona xanthotricha Moure, 1950) para atender quatro objetivos: 1- testar um modelo de caixa-padrão, com menor volume, para a criação da espécie e comparar com o desempenho da caixa-padrão INPA, sendo o modelo de caixa-padrão mais usado para um grande número de espécies de Meliponina brasileiras; 2- caracterizar fisicoquimicamente o mel da espécie nas condições amazônicas; 3- avaliar a produtividade de mel e pólen; 4- testar a possibilidade de formação in vitro de rainhas de S. xanthotricha com superalimentação de suas larvas. O trabalho foi realizado no Grupo de Pesquisas em Abelhas (GPA/INPA), a partir de 10 colônias da espécie criadas em caixas rústicas, adquiridas no município de Belterra/PA, pois não havia enxames em quantidade e nos critérios estabelecidos para o desenvolvimento do trabalho. Ao chegarem ao Amazonas receberam manejo adequado para sua aclimatação e, após 30 dias de instaladas, foram transferidas para as caixas-padrão com diferentes volumes. Atendendo ao 1 objetivo, após as multiplicações sucessivas ocorridas de outubro/06 a julho/07, obteve-se 52 colônias-filhas, sendo 27 para o modelo de caixa-padrão CANUDO e 25 para o modelo de caixa-padrão INPA. O volume da caixa-padrão CANUDO contribuiu para uma rápida ocupação do espaço e, portanto, um maior número de colônias pode ser multiplicado em menor tempo, entretanto quando aplicada a estatística nos intervalos de confiança (95%) para as médias dos desempenhos das colônias, as mesmas não apresentaram diferença estatística. Atendendo ao 2 objetivo, para caracterização físico-química e nutricional do mel foi colhido mel em novembro e dezembro/07 e janeiro/08 e as análises foram realizadas em laboratórios da UFAM, empregando procedimentos específicos para cada um dos sete parâmetros estabelecidos. Destes, apenas o pH (3,55%) e cinzas (0,36%) apresentaram valores médios adequados ao consumo. Informações como estas contribuem para o conhecimento da diversidade de méis que podem ser encontrados no Brasil, auxiliando uma proposição de padronização para os méis deste grupo de abelhas. Aliado a característica físico-química e nutricional do mel, também ocorreu a verificação da capacidade de produção de mel e pólen da espécie, em Manaus. Atendendo ao 3 objetivo, as colheitas para quantificação da produtividade de mel e pólen foram realizadas em setembro e dezembro/08. Após a quantificação houve a substituição das 25% rainhas fisogástricas mais produtivas pelas 25% menos produtivas. Concomitante, as colônias intermediárias também foram monitoradas. Obteve-se para o 1 período de colheita 2.189,5 L (antes da substituição) e para o 2 período de colheita 1.449 L (depois da substituição). Não houve armazenamento de pólen durante o período do trabalho. Ao final, as colônias 25% mais produtivas permaneceram sendo as mais produtivas, enquanto que as menos produtivas continuaram na condição de menos produtivas, mas apenas uma passou a categoria de intermediária, embora sem ganho de produção, assim como, as demais menos produtivas. O período do ano em que as colheitas foram realizadas pode ter influenciado na pouca produtividade das colônias. Atendendo ao 4 objetivo, a necessidade em se encontrar meliponicultores que dispusessem de alguns enxames da espécie foi a primeira dificuldade encontrada para a construção da Tese. Para tanto, pensou-se em possibilitar uma oferta de enxames a partir da indução de formação de rainhas in vitro, com a superalimentação das larvas. De discos novos das colônias foram retirados alimento larval e a postura do dia, levados ao laboratório para procedimento de preenchimento de 192 pocinhos da PLACA ELISA com 90 μl de alimento larval homogeneizado e as placas levadas a estufa, com temperatura e umidade controladas. Após 52 dias de incubação emergiram 21 rainhas-virgens de S. xanthotricha, 11% da amostra. É possível formar rainhas artificialmente, desde que medidas para ajustes na metodologia sejam realizadas para diminuir a contaminação observada ao longo do trabalho.

ASSUNTO(S)

ecologia abelha sem ferrão meliponicultura multiplicação induzida mel análise produção in vitro

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