Multimorbidade em indivíduos com 50 anos ou mais de idade: ELSI-Brasil
AUTOR(ES)
Nunes, Bruno Pereira, Batista, Sandro Rogério Rodrigues, Andrade, Fabíola Bof de, Souza Junior, Paulo Roberto Borges de, Lima-Costa, Maria Fernanda, Facchini, Luiz Augusto
FONTE
Rev. Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
25/10/2018
RESUMO
RESUMO OBJETIVO Avaliar a ocorrência e os fatores associados à multimorbidade entre brasileiros com 50 anos ou mais de idade. MÉTODOS Estudo transversal em uma coorte de base nacional da população brasileira não institucionalizada. Os dados foram coletados entre 2015 e 2016. A multimorbidade foi avaliada a partir de uma lista de 19 morbidades, sendo categorizada em ≥ 2 e ≥ 3 doenças. A análise incluiu cálculo de frequências e 10 pares e trios mais frequentes de combinações de doenças, além das análises bruta e ajustada dos fatores associados por meio de regressão de Poisson, incluindo variáveis demográficas, socioeconômicas, comportamentais e contextuais (zona de residência, região geopolítica e cobertura da Estratégia Saúde da Família). RESULTADOS Do total de 9.412 indivíduos, 67,8% (IC95% 65,6–69,9) e 47,1% (IC95% 44,8–49,4) tinham ≥ 2 e ≥ 3 doenças, respectivamente. Na análise ajustada, mulheres, pessoas mais velhas e aqueles que não consumiam bebidas alcoólicas tiveram mais multimorbidade. Não foram observadas associações com cor da pele, zona de residência, região geopolítica e cobertura da Estratégia Saúde da Família. Os 10 pares (frequências observadas entre 11,6% e 23,2%) e os 10 trios (frequências observadas entre 4,9% e 9,5%) de doenças mais frequentes incluíram, em sua maioria, problema de coluna (15 vezes) e hipertensão arterial sistêmica (11 vezes). Todas as combinações apresentaram frequência estatisticamente maior do que seria esperado ao acaso. CONCLUSÕES A ocorrência de multimorbidade foi elevada mesmo entre os indivíduos mais jovens (50 a 59 anos). Cerca de dois em cada três (≥ 2 doenças) e um em cada dois (≥ 3 doenças) indivíduos com 50 anos ou mais apresentaram multimorbidade, representando 26 e 18 milhões de pessoas no Brasil, respectivamente. Frequências elevadas de combinações de morbidades foram observadas.
ASSUNTO(S)
idoso multimorbidade comorbidade inquéritos epidemiológicos
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